O pleco é aquele tipo de peixe que todo aquarista deveria conhecer antes mesmo de pensar em montar seu primeiro aquário. Esse verdadeiro aspirador de pó aquático, também conhecido como cascudo, não é apenas um peixe decorativo – é um membro da família que trabalha 24 horas por dia mantendo seu aquário limpo e equilibrado. Com sua aparência única de guerreiro blindado e personalidade tranquila, o pleco conquistou o coração de milhões de tutores ao redor do mundo, transformando-se no peixe de fundo mais popular do aquarismo moderno.
Mas não se engane pensando que ter um pleco é moleza – estes peixes são verdadeiros gigantes disfarçados de filhotes fofos na loja de aquarismo. Muitos tutores iniciantes se apaixonam por aquele cascudinho de 5cm na vitrine, sem imaginar que em poucos meses terão um tanque de guerra de 30cm nadando pela sala. A escolha certa da espécie, o tamanho adequado do aquário e os cuidados específicos fazem toda a diferença entre ter um pet feliz ou um problema crescente em casa.
Pronto para descobrir tudo sobre esses incríveis faxineiros aquáticos? Continue lendo e torne-se um expert em plecos!
Índice:
O Que É Um Pleco e Por Que Ele Virou o Queridinho dos Aquaristas
O pleco pertence à família Loricariidae, uma das maiores famílias de peixes de água doce do mundo, com mais de 680 espécies catalogadas e novas descobertas acontecendo regularmente. Estes peixes se destacaram no aquarismo não apenas pela função de limpeza natural que exercem, mas também pela resistência impressionante e facilidade de cuidado que oferecem aos tutores iniciantes. Sua capacidade de se adaptar a diferentes condições de água, combinada com o temperamento pacífico e a longevidade de 10 a 15 anos, transformou o pleco no peixe de fundo ideal para aquários comunitários de todos os tamanhos.
Diferenças entre cascudo, pleco e suckermouth catfish
Muita gente fica confusa com a quantidade de nomes diferentes para o mesmo peixe, mas a explicação é simples: cascudo é o nome popular brasileiro, pleco é o apelido internacional que pegou, e suckermouth catfish é a tradução literal em inglês para “bagre boca de ventosa”. Todos se referem aos peixes da família Loricariidae, mas cada região do mundo acabou adotando seu próprio jargão para esses peixes únicos.
Termo | Origem | Uso | Abrangência |
Cascudo | Brasil | Popular/Regional | Principalmente Brasil |
Pleco | Internacional | Aquarismo mundial | Global |
Suckermouth Catfish | Científico/Inglês | Literatura técnica | Países de língua inglesa |
Plecostomus | Científico antigo | Nome genérico | Meio científico |
Por que todo mundo fala “pleco” quando se refere ao cascudo
O termo “pleco” virou padrão mundial simplesmente porque é prático, fácil de falar e todo aquarista entende na hora. Derivado de “plecostomus” (que significa “boca dobrada” em latim), o apelido pegou tão forte que hoje em dia você pode entrar em qualquer loja de aquarismo do mundo e pedir um “pleco” que o vendedor vai saber exatamente o que você quer. É como falar “cotonete” em vez de “haste flexível com algodão” – todo mundo entende e a comunicação flui melhor.
Características Físicas do Pleco: Anatomia de Um Verdadeiro Tanque de Guerra Aquático
O pleco é literalmente um tanque blindado nadando pelo seu aquário, com características físicas que mais parecem saídas de um filme de ficção científica. Sua anatomia foi moldada por milhões de anos de evolução nas corredeiras sul-americanas, resultando em um peixe praticamente indestrutível e perfeitamente adaptado para viver no fundo dos rios e, posteriormente, dos nossos aquários domésticos.
As placas ósseas que fazem do pleco um peixe blindado
As famosas placas ósseas do pleco não são apenas para bonito – elas funcionam como uma verdadeira armadura natural que protege o peixe contra predadores e impactos físicos. Essas estruturas, chamadas tecnicamente de escudos dérmicos, cobrem praticamente todo o corpo do animal, exceto a barriga, que permanece macia para facilitar o movimento no substrato. Cada placa é como uma pequena telha sobreposta, criando uma proteção flexível que permite movimento total sem sacrificar a segurança.
A quantidade e formato dessas placas variam entre as espécies, sendo uma das principais características usadas pelos cientistas para identificar e classificar os diferentes tipos de pleco. Algumas espécies desenvolveram placas com espinhos ou protuberâncias extras, dando uma aparência ainda mais intimidadora e aumentando a proteção contra predadores naturais. É por isso que você pode pegar um pleco adulto na mão sem medo – aquela armadura não está lá por acaso.
A boca ventosa que é pura engenharia da natureza
A boca do pleco é uma obra-prima da bioengenharia que permite ao peixe se fixar em superfícies lisas com uma força impressionante, mantendo-se estável mesmo em correntezas fortíssimas. Essa ventosa natural funciona como um aspirador de pó aquático, raspando algas, biofilme e pequenos organismos das superfícies enquanto o peixe permanece firmemente grudado no lugar. A estrutura interna da boca possui pequenos dentes raspadores que funcionam como uma lixa biológica, processando material vegetal de forma extremamente eficiente e permitindo que o pleco respire normalmente mesmo enquanto está “colado” no vidro do aquário.
Sistema visual único: os olhos omega que enxergam em qualquer luz
Os plecos possuem um sistema visual único chamado “íris ômega”, uma adaptação evolutiva que permite controlar a quantidade de luz que entra no olho de forma muito mais precisa que outros peixes. Essa estrutura funciona como um diafragma de câmera fotográfica automático, expandindo ou contraindo conforme a luminosidade do ambiente, o que explica por que os plecos conseguem se orientar tanto em águas cristalinas quanto em ambientes escuros e turbulentos. Essa capacidade visual superior os torna excelentes navegadores noturnos e permite que encontrem comida e território mesmo nas condições mais desafiadoras do aquário.
Variações de cores e padrões conforme a espécie
Cada espécie de pleco desenvolveu suas próprias cores e padrões como forma de camuflagem e identificação, criando uma diversidade visual impressionante que vai desde tons terrosos básicos até padrões zebrados espetaculares. A coloração pode variar não apenas entre espécies, mas também conforme a idade, condições da água, alimentação e até mesmo o humor do peixe, sendo comum observar plecos mais claros durante o dia e mais escuros durante a noite.
Espécie | Padrão de Cores | Características Visuais |
Pleco Comum | Marrom com manchas | Coloração básica de camuflagem |
Zebra Pleco | Listras pretas e brancas | Padrão geométrico marcante |
Royal Pleco | Cinza com linhas | Padrões lineares elegantes |
Bristlenose | Marrom ponteado | Pequenas manchas espalhadas |
Blue Phantom | Azul com pontos | Coloração azulada única |
Habitat Natural e Distribuição: De Onde Vem Esse Guerreiro Sul-americano
Os plecos são nativos das bacias hidrográficas da América do Sul, onde evoluíram em ambientes aquáticos extremamente diversos que vão desde corredeiras rochosas até lagoas de várzea com águas paradas. Essa adaptabilidade natural explica por que esses peixes se deram tão bem no aquarismo mundial e por que conseguem prosperar em condições tão variadas de cativeiro, desde aquários de água dura até sistemas de água mole e ácida.
Rios da América do Sul onde tudo começou
A história evolutiva dos plecos começou nas grandes bacias do Rio Amazonas, Rio Orinoco e Rio da Prata, onde a diversidade de ambientes aquáticos criou condições perfeitas para o desenvolvimento de centenas de espécies diferentes. Nesses rios, os ancestrais dos plecos modernos enfrentaram correntezas violentas, variações extremas de temperatura e pH, predadores vorazes e competição intensa por território e comida. Esse “campo de treinamento” natural moldou peixes incrivelmente resistentes e adaptáveis, características que hoje fazem deles pets aquáticos ideais.
As águas sul-americanas oferecem desde ambientes de corredeira com muito oxigênio e substrato rochoso até regiões de várzea com águas mais calmas e fundo lodoso, permitindo que diferentes espécies de pleco se especializassem em nichos ecológicos específicos. Essa diversidade de habitats explica por que temos plecos minúsculos de 5cm e gigantes de 60cm, cada um perfeitamente adaptado às condições específicas de sua região de origem.
Como o pleco se espalhou pelo mundo (e virou problema em alguns lugares)
A popularidade dos plecos no aquarismo mundial acabou criando um problema ambiental sério em várias regiões onde esses peixes foram introduzidos acidentalmente ou por solturas irresponsáveis de aquaristas. Nos Estados Unidos, especialmente na Flórida e Texas, populações selvagens de pleco se estabeleceram em rios e lagos locais, competindo com espécies nativas por recursos e alterando ecossistemas inteiros. Esses peixes invasores podem causar erosão séria nas margens dos rios devido ao hábito de cavar tocas para reprodução.
No Havaí, Brasil e vários países asiáticos, o problema se repete: plecos soltos na natureza se reproduzem sem controle natural e se tornam pragas aquáticas que são praticamente impossíveis de erradicar. A resistência e adaptabilidade que tornam os plecos pets maravilhosos também os transformam em invasores extremamente eficientes quando introduzidos em ecossistemas que não evoluíram junto com eles. Por isso a regra de ouro do aquarismo responsável: nunca, jamais, solte seu peixe na natureza.
Espécies Mais Populares no Aquarismo Brasileiro
O mercado brasileiro oferece uma variedade impressionante de espécies de pleco, desde opções acessíveis para iniciantes até espécimes raros que custam mais que um salário mínimo. Conhecer as diferenças entre as espécies mais comuns é fundamental para fazer a escolha certa e evitar surpresas desagradáveis, como descobrir que seu “pequeno” cascudo vai precisar de um aquário de 500 litros quando adulto.
Pleco comum (Hypostomus plecostomus): o gigante que cresce demais
O pleco comum é simultaneamente a espécie mais popular e a que causa mais arrependimento entre aquaristas iniciantes. Vendido como um filhote fofo de 3-5cm, esse gigante disfarçado pode atingir facilmente 35-40cm em aquário doméstico, tornando-se grande demais para a maioria dos setups residenciais. Sua coloração marrom com manchas escuras não é das mais vistosas, mas a personalidade marcante e a eficiência na limpeza do aquário fazem dele um favorito entre quem tem espaço e estrutura adequados.
O grande problema do pleco comum não é apenas o tamanho final, mas também a quantidade absurda de dejetos que produz quando adulto. Um exemplar de 30cm produz mais sujeira que vários peixes pequenos juntos, exigindo filtragem industrial e trocas de água frequentes para manter o aquário saudável. Por isso, só recomendo essa espécie para aquaristas experientes com aquários de no mínimo 400 litros e sistema de filtragem robusto.
Bristlenose pleco: a opção compacta para aquários menores
O bristlenose é o queridinho dos aquaristas que querem todas as vantagens de ter um pleco sem precisar construir um aquário do tamanho de uma piscina. Com tamanho máximo de 15cm, essa espécie oferece toda a funcionalidade de limpeza dos primos maiores em um pacote muito mais gerenciável para aquários domésticos. Os machos desenvolvem espinhos característicos no focinho que lembram uma barba, daí o nome “bristlenose” (focinho espinhoso).
Além do tamanho controlado, o bristlenose tem uma personalidade mais ativa que o pleco comum, sendo frequentemente visto durante o dia explorando decorações e interagindo com outros peixes. A reprodução em cativeiro é relativamente fácil, tornando essa espécie uma excelente escolha para aquaristas que querem experimentar breeding de cascudos. A única desvantagem é que por ser menor, sua capacidade de limpeza também é proporcionalmente menor, podendo ser necessário mais de um exemplar em aquários maiores.
Zebra pleco: a Ferrari dos cascudos (e o preço que combina)
O zebra pleco é o santo graal do aquarismo de cascudos, uma espécie endêmica do Rio Xingu que se tornou lendária tanto pela beleza quanto pelo preço estratosférico. Suas listras pretas e brancas contrastantes criam um padrão geométrico perfeito que não existe em nenhuma outra espécie de peixe, tornando cada exemplar uma verdadeira obra de arte viva. Com tamanho máximo de 8cm, é o pleco perfeito para aquários menores, se você conseguir desembolsar o equivalente a um carro usado por um casal reprodutor.
A raridade do zebra pleco não é apenas marketing – a construção da hidrelétrica de Belo Monte destruiu grande parte de seu habitat natural, tornando a espécie criticamente ameaçada na natureza. Os exemplares disponíveis no mercado vêm quase exclusivamente de breeding em cativeiro, o que explica os preços astronômicos e a dificuldade de encontrar peixes disponíveis para venda. Além da beleza única, o zebra pleco possui comportamento mais ativo que outras espécies, sendo frequentemente visto durante o dia em aquários bem estruturados.
Royal pleco: o rei do aquário que precisa de palácio
O royal pleco é aquela espécie que todo aquarista quer ter, mas poucos têm coragem de manter adequadamente. Com padrões de cores elegantes que misturam cinza, preto e dourado em linhas fluídas, essa espécie pode atingir dimensões impressionantes de até 45cm, tornando-se um verdadeiro centerpiece de qualquer aquário grande. A beleza única e a presença imponente justificam o nome “royal”, mas também exigem investimento sério em infraestrutura.
Manter um royal pleco é como ter um pequeno tubarão em casa – você precisa de muito espaço, filtragem industrial e dedicação total à manutenção do aquário. Esses peixes produzem quantidades industriais de dejetos e precisam de territórios amplos para se sentirem confortáveis, além de decoração robusta que não seja destruída pelo movimento do peixe. A recompensa é ter um dos peixes mais majestosos do aquarismo, mas o compromisso financeiro e de tempo é proporcional à grandeza do animal.
Cuidados e Manejo: Como Criar Um Pleco Feliz e Saudável
Criar um pleco vai muito além de jogar o peixe no aquário e esperar que ele faça milagres na limpeza. Esses animais têm necessidades específicas que, quando atendidas corretamente, resultam em pets longevos e saudáveis, mas quando negligenciadas podem causar problemas sérios tanto para o pleco quanto para todo o ecossistema do aquário.
Tamanho mínimo de aquário que não é brincadeira
O erro mais comum dos iniciantes é subestimar completamente o espaço que um pleco precisa para viver dignamente. Não estamos falando apenas de “caber” no aquário – estamos falando de ter espaço suficiente para nadar, explorar, estabelecer território e não estressar os outros habitantes do aquário com sua presença dominante.
Espécie de Pleco | Tamanho Mínimo do Aquário | Observações |
Bristlenose | 200 litros | Ideal para iniciantes |
Pleco Comum | 500 litros | Mínimo absoluto, 800L recomendado |
Royal Pleco | 600 litros | Necessita território amplo |
Zebra Pleco | 150 litros | Pequeno mas territorial |
Blue Phantom | 300 litros | Tamanho médio, ativo |
Parâmetros da água ideais para manter seu cascudo zen
Os plecos são resistentes, mas isso não significa que podem viver em qualquer condição de água. Parâmetros estáveis são muito mais importantes que parâmetros “perfeitos”, então foque em manter consistência ao invés de perseguir números exatos de pH e dureza.
Parâmetro | Faixa Ideal | Tolerância |
Temperatura | 24-28°C | 22-30°C |
pH | 6.5-7.5 | 6.0-8.0 |
GH | 5-15°dH | 3-20°dH |
Amônia | 0 ppm | 0 ppm (tóxico) |
Nitrito | 0 ppm | 0 ppm (tóxico) |
Nitrato | <40 ppm | <80 ppm |
Decoração estratégica: troncos, pedras e esconderijos essenciais
A decoração do aquário com plecos não é questão de estética, mas de bem-estar animal. Esses peixes precisam de esconderijos seguros, superfícies para raspar e territórios bem definidos para se sentirem em casa. Troncos naturais são absolutamente essenciais – não é opcional, é necessidade biológica para a digestão adequada dos plecos.
Escolha sempre troncos próprios para aquarismo, como mopani, bogwood ou sumaúma, que não alterem drasticamente o pH da água e não liberem substâncias tóxicas. O tamanho do tronco deve ser proporcional ao peixe – plecos grandes precisam de troncos grandes para raspar adequadamente. Pedras lisas e cavernas artificiais complementam o setup, oferecendo pontos de apoio e esconderijos alternativos para momentos de stress ou descanso.
Filtragem potente porque pleco faz sujeira de verdade
Não tem como fugir desta realidade: plecos produzem uma quantidade absurda de dejetos, especialmente quando adultos e bem alimentados. Um sistema de filtragem subdimensionado é receita garantida para problemas de qualidade da água, stress nos peixes e aquário constantemente sujo. A regra básica é: se você acha que sua filtragem está adequada para o pleco, provavelmente está subdimensionada.
A filtragem ideal para aquários com plecos deve processar no mínimo 8 vezes o volume do aquário por hora, com preferência para filtros externos tipo canister que oferecem maior volume de mídia filtrante. Combine filtragem biológica robusta (para processar a amônia) com filtragem mecânica eficiente (para remover os detritos sólidos) e não economize em mídias filtrantes de qualidade. Lembre-se: um pleco feliz é um pleco que produz muito cocô, então sua filtragem precisa dar conta do recado.
Alimentação do Pleco: Muito Além das Algas do Vidro
O maior mito do aquarismo é que plecos se alimentam exclusivamente das algas do aquário e não precisam de alimentação suplementar. Essa crença mata mais plecos que qualquer doença, porque um aquário doméstico simplesmente não produz algas suficientes para sustentar um peixe que pode passar de 20cm quando adulto.
Ração específica para cascudos: o básico que não pode faltar
As rações para plecos são formuladas especificamente para as necessidades nutricionais desses peixes, com alto teor de matéria vegetal, fibras e os nutrientes específicos que cascudos precisam para manter a saúde. O formato em pastilhas que afundam é essencial, já que plecos são alimentadores de fundo e não vão competir por comida na superfície.
Tipo de Ração | Proteína | Fibra | Uso Recomendado |
Pastilhas básicas | 35-40% | 8-12% | Alimentação diária |
Ração premium | 40-45% | 10-15% | Crescimento otimizado |
Fórmula reprodução | 45-50% | 6-10% | Época reprodutiva |
Ração juvenil | 50-55% | 5-8% | Plecos até 6 meses |
Vegetais frescos que deixam qualquer pleco babando
Suplementar a dieta com vegetais frescos não é frescura de tutor obsessivo – é necessidade nutricional real que faz diferença na saúde e longevidade dos plecos. Abobrinha, pepino, batata-doce e ervilhas são os vegetais mais aceitos e nutritivos, oferecendo fibras essenciais e vitaminas que não estão presentes em quantidade suficiente nas rações comerciais.
A preparação correta dos vegetais é fundamental para evitar problemas no aquário. Sempre escalde os vegetais em água fervente por 2-3 minutos para amolecer e facilitar a digestão, depois resfrie em água gelada antes de oferecer aos peixes. Espete os pedaços em um garfo de plástico ou use presilhas próprias para aquarismo para manter o vegetal no fundo do aquário. Remova sobras após 24 horas para evitar deterioração da qualidade da água – plecos são bagunceiros, mas não gostam de água suja.
Frequency feeding: quantas vezes alimentar sem transformar em guloso
A frequência de alimentação dos plecos varia conforme a idade, tamanho e temperatura da água, mas a regra geral é alimentar menos vezes e em quantidades maiores, ao invés de pequenas porções múltiplas vezes ao dia. Plecos juvenis (até 10cm) devem ser alimentados diariamente, enquanto adultos podem ser alimentados dia sim, dia não, especialmente se há bastante biofilme e algas naturais no aquário para complementar a dieta.
Suplementação com madeira: por que tronco é vitamina para cascudo
A celulose presente na madeira é um componente essencial da dieta dos plecos, funcionando como prebiótico natural que mantém a flora intestinal saudável e auxilia na digestão de outros alimentos. Plecos que não têm acesso a madeira para raspar frequentemente desenvolvem problemas digestivos, crescimento lento e maior susceptibilidade a doenças. Não é exagero dizer que tronco é literalmente vitamina para cascudo.
A qualidade da madeira faz toda a diferença – madeiras muito duras como aroeira são difíceis de raspar, enquanto madeiras muito moles como pinus se decompõem rapidamente e podem causar problemas na água. Troncos de mopani, sumaúma e bogwood oferecem a consistência ideal para raspagem regular sem se deteriorarem rapidamente. Observe seu pleco: se ele está sempre raspando o tronco, é sinal de que está suprindo uma necessidade nutricional real, não apenas afiando os dentes por tédio.
Convivência no Aquário: Escolhendo os Vizinhos Ideais
A escolha dos companheiros de aquário para um pleco vai muito além de compatibilidade de parâmetros de água – envolve questões de territorialidade, competição por alimento, diferenças de comportamento e até mesmo o risco de predação ou agressão entre espécies com características muito diferentes.
Peixes compatíveis que vivem numa boa com cascudos
Os melhores companheiros para plecos são peixes que ocupam diferentes níveis do aquário e têm temperamento pacífico, evitando competição direta por território e recursos. Peixes de cardume que nadam na coluna d’água média são ideais, assim como outras espécies de fundo que não sejam territoriais demais.
Categoria | Espécies Recomendadas | Observações |
Caracídeos | Neon, cardinal, mato grosso | Ocupam coluna d’água média |
Ciclídeos pequenos | Acará bandeira, ramirezi | Temperamento pacífico |
Peixes de superfície | Hatchet, borboleta | Diferentes níveis do aquário |
Outros cascudos | Corydoras, otocinclus | Comportamento similar |
Bagres pacíficos | Pimelodus, surubim pequeno | Compatibilidade comportamental |
Espécies que você deve evitar juntar com pleco
Evite combinar plecos com peixes muito agressivos, territoriais ou que vejam o cascudo como comida ou competidor direto. Ciclídeos grandes, peixes muito ativos que possam estressar o pleco, e espécies que competem pelo mesmo nicho ecológico são receitas garantidas para problemas no aquário.
Territorialidade entre cascudos: quando a briga é inevitável
Múltiplos plecos no mesmo aquário podem conviver pacificamente, mas apenas se houver espaço e recursos suficientes para todos estabelecerem territórios próprios sem sobreposição. A regra é simples: cada pleco adulto precisa de seu próprio pedaço do aquário com esconderijo exclusivo, tronco para raspar e área de alimentação. Quando esses recursos são limitados, a briga pelo território é inevitável e pode resultar em stress crônico, ferimentos e até morte dos peixes mais fracos.
Reprodução do Pleco: O Desafio que Poucos Aquaristas Conseguem
A reprodução de plecos em aquário doméstico é considerada um dos maiores desafios do aquarismo de água doce, exigindo condições muito específicas, muito espaço e muita paciência. Poucas espécies se reproduzem facilmente em cativeiro, e mesmo essas requerem setup dedicado e conhecimento avançado de manejo aquático.
Diferenças entre macho e fêmea (spoiler: é complicado identificar)
Sexar plecos é uma tarefa que desafia até aquaristas experientes, especialmente em peixes jovens onde as diferenças sexuais ainda não estão bem desenvolvidas. A identificação confiável só é possível em peixes adultos de certas espécies, e mesmo assim requer experiência e conhecimento específico das características de cada espécie.
Característica | Macho | Fêmea |
Formato corporal | Mais alongado e esguio | Mais arredondada, barriga maior |
Espinhos (bristlenose) | Desenvolvidos no focinho | Ausentes ou discretos |
Papila genital | Pontuda e alongada | Arredondada e larga |
Comportamento | Mais territorial | Mais pacífica |
Coloração (algumas espécies) | Mais intensa | Mais discreta |
Condições específicas para estimular a reprodução
Reproduzir plecos requer uma combinação precisa de fatores ambientais, nutricionais e comportamentais que simulate as condições encontradas durante a época reprodutiva na natureza. Isso inclui variações de temperatura e pH, alimentação intensiva com alimentos ricos em proteína, fotoperíodo controlado e principalmente, muito espaço com cavernas apropriadas para desova.
O aquário de reprodução deve ter no mínimo 300 litros para espécies pequenas como bristlenose, com sistema de filtragem potente mas sem criar correnteza excessiva. Caves artificiais de PVC ou cerâmica são essenciais – os machos escolhem e defendem uma cave específica onde atraem a fêmea para depositar os ovos. A temperatura deve ser gradualmente aumentada de 24°C para 28°C ao longo de algumas semanas, simulando a chegada da estação reprodutiva.
Cuidado parental: como o papai cascudo protege os filhotes
Uma das características mais fascinantes dos plecos é o cuidado parental intenso que os machos dedicam aos ovos e alevinos. Após a fêmea depositar entre 50-200 ovos (dependendo da espécie) dentro da cave, o macho assume total responsabilidade pelo cuidado da prole, ventilando constantemente os ovos com as nadadeiras peitorais para garantir oxigenação adequada e removendo ovos mortos ou infectados para prevenir contaminação do restante da desova. O período de incubação varia entre 7-15 dias dependendo da temperatura, e durante todo esse tempo o macho praticamente não sai da cave, defendendo agressivamente o território contra qualquer intruso e jejuando para não abandonar sua missão parental.
Qual o tamanho mínimo de aquário para um cascudo comum?
A verdade que poucos querem ouvir: o pleco comum precisa de, no mínimo, 500 litros para viver adulto, sendo 800 litros o ideal. Muita gente compra um filhote de 5 cm achando que um aquário de 200 litros basta, mas quando ele atinge 35 cm, a realidade muda. Além do tamanho, esses peixes produzem muitos dejetos, exigindo espaço e filtragem potentes. Para aquários menores, prefira espécies compactas como o bristlenose.
Posso alimentar meu pleco só com as algas do aquário?
Não! Esse é um dos mitos mais perigosos. Um aquário doméstico nunca gera algas suficientes para alimentar um pleco de forma saudável. Ele precisa de:
Ração específica para cascudos;
Vegetais frescos como abobrinha e pepino;
Troncos de madeira para raspar.
Pleco bem alimentado cresce normalmente, é ativo à noite e mantém a barriga arredondada. Se estiver magro ou apático, a alimentação está insuficiente.
Por que meu cascudo não limpa o vidro do aquário?
Porque pleco não é “faxineiro”, é animal de estimação. Ele pode não raspar o vidro porque:
Está bem alimentado e não precisa buscar algas;
Prefere troncos e decorações;
Está estressado por convivência com peixes agressivos;
Não gosta da iluminação forte.
Ou seja, plecos saudáveis muitas vezes ignoram o vidro. Se precisa de um comedor de algas eficiente, pense em otocinclus ou outros peixes especializados.
Posso colocar dois plecos no mesmo aquário?
Pode, mas só em aquários muito grandes. Dois plecos adultos da mesma espécie precisam de 800–1000 litros, cada um com seu próprio tronco e esconderijo. Espécies diferentes ou tamanhos distintos podem conviver melhor, mas ainda assim há risco de brigas territoriais. A regra é simples: se não tem espaço garantido, é melhor manter um pleco bem cuidado do que dois infelizes e em conflito.
Quanto tempo vive um pleco e como saber se ele está doente?
Com bons cuidados, um pleco vive de 10 a 15 anos, e algumas espécies chegam aos 20 anos. Um pleco saudável é ativo à noite, tem barriga arredondada (sem inchaço), cores vivas, nadadeiras abertas e corpo sem manchas.
⚠️ Sinais de alerta: perda de apetite, ficar exposto durante o dia, manchas esbranquiçadas, nadadeiras fechadas e respiração acelerada.
Na maioria dos casos, problemas vêm da má qualidade da água — por isso, monitore sempre os parâmetros.