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Por que optar por um aquário ecológico?
A escolha por um aquário ecológico vai muito além da estética — é uma decisão consciente que beneficia tanto os moradores aquáticos quanto o planeta. Ao replicar as condições naturais de um ecossistema, você proporciona um habitat mais saudável e reduz significativamente seu impacto ambiental, transformando seu hobby em uma prática sustentável.Benefícios para seus peixes e para o planeta
Um aquário ecológico cria um ambiente que se assemelha ao habitat natural dos peixes, promovendo seu bem-estar físico e comportamental. As plantas vivas não apenas fornecem oxigênio e filtram toxinas naturalmente, mas também oferecem esconderijos e áreas de reprodução, diminuindo o estresse e estimulando comportamentos naturais dos animais aquáticos.Os principais benefícios incluem:- Menor consumo de energia elétrica, reduzindo sua pegada de carbono;
- Uso reduzido de produtos químicos potencialmente nocivos ao meio ambiente;
- Menor desperdício de água, com trocas parciais menos frequentes;
- Utilização de materiais sustentáveis e recicláveis na montagem;
- Possibilidade de criar um pequeno ecossistema educativo em casa, promovendo conscientização ambiental.
Redução de manutenção e economia a longo prazo
A primeira grande vantagem que faz os olhos dos aquaristas brilharem é a drástica redução na manutenção. Em um aquário ecológico bem estabelecido, as trocas de água são menos frequentes — muitos conseguem ficar até três meses sem uma troca parcial significativa, limitando-se apenas a repor a água evaporada. Isso acontece porque o equilíbrio biológico entre plantas, microrganismos e peixes mantém os parâmetros da água estáveis por muito mais tempo.O investimento inicial pode ser um pouco mais alto que um aquário convencional, principalmente na aquisição de iluminação adequada para as plantas e substrato nutritivo. Porém, a economia a médio e longo prazo é considerável. Você gastará menos com produtos químicos como condicionadores, redutores de nitrato e algicidas, além de economizar na conta de luz com equipamentos mais eficientes. Muitos aquaristas relatam economia de até 60% nos custos de manutenção após a conversão para um sistema ecológico.Criação de ambientes mais naturais e saudáveis
Um aquário ecológico não é apenas mais bonito, é verdadeiramente mais saudável. A presença de plantas vivas cria um micro bioma rico e diversificado, muito semelhante aos encontrados na natureza. Esse equilíbrio biológico resulta em água mais cristalina, menos surtos de algas e, principalmente, peixes mais coloridos e ativos, com comportamentos naturais que raramente são observados em aquários convencionais. É como transformar seu aquário de um “tanque com peixes” para um verdadeiro ecossistema vivo e pulsante.Montando seu aquário ecológico
Montar um aquário ecológico é como fazer um bolo perfeitamente equilibrado — cada camada tem sua função e importância para o resultado final. O processo difere significativamente dos aquários convencionais, principalmente na preparação do substrato nutritivo e na abundância de plantas vivas, que serão o coração do seu sistema de filtração natural. Vamos começar pela base de tudo.Escolha do substrato ideal para um ambiente autossustentável
O substrato não é apenas decorativo em um aquário ecológico — ele é o alicerce de todo o sistema, funcionando como um banco de nutrientes para as plantas e um lar para bactérias benéficas. A escolha correta determinará o sucesso do seu miniecossistema a longo prazo:Tipo de Substrato | Benefícios | Ideal para | Considerações |
Solo orgânico fértil + cascalho | Rico em nutrientes, ideal para plantas exigentes, promove forte crescimento radicular | Método Walstad, aquários densamente plantados | Pode liberar amônia no início, requer período de ciclagem mais longo |
ADA Amazonia/Stratum | Controla pH, rico em nutrientes, não compacta | Aquários aquascape, plantas delicadas | Custo elevado, pode baixar muito o pH |
Areia com cápsulas nutritivas | Aparência natural, fácil manutenção, boa para plantas com raízes profundas | Aquários comunitários, plantas de raízes longas | Requer reposição periódica de nutrientes |
Cascalho + tabetes nutritivos | Fácil limpeza, durável, bom para bactérias benéficas | Aquários de baixa manutenção, iniciantes | Menos nutritivo, pode necessitar fertilização complementar |
Seleção e posicionamento correto das plantas aquáticas
As plantas são as verdadeiras estrelas de um aquário ecológico, realizando a filtração biológica e mantendo os nutrientes em equilíbrio. A variedade e o posicionamento correto fazem toda a diferença para criar um sistema eficiente e esteticamente agradável.Para um aquário ecológico equilibrado, considere incluir:- Plantas de crescimento rápido: absorvem rapidamente o excesso de nutrientes (como Elodea e Cabomba);
- Plantas com raízes profundas: oxigenam o substrato e previnem zonas anaeróbicas (como Vallisneria e Echinodorus);
- Plantas de superfície: controlam a luz e absorvem nitratos diretamente (como Salvinia e Pistia);
- Plantas epífitas: crescem em rochas e madeiras, sem necessidade de substrato (como Anubias e Java Fern);
- Musgos: fornecem refúgios para alevinos e microorganismos benéficos (como Java Moss e Christmas Moss).
Plantas de fundo para filtração natural
As plantas de fundo são as operárias incansáveis do seu aquário ecológico, trabalhando constantemente para remover compostos nitrogenados e fosfatos da água. Espécies como Cabomba, Hygrophila e Limnophila são verdadeiras máquinas de filtração natural, com suas folhas finamente divididas que oferecem enorme superfície de contato para a absorção de nutrientes.Para maximizar a eficiência dessas plantas, plante-as em grupos densos no fundo do aquário, especialmente nas áreas próximas aos equipamentos de circulação. Isso garante que elas recebam um fluxo constante de água rica em nutrientes. Uma dica de aquarista experiente: espécies de crescimento rápido como a Hygrophila polysperma podem precisar de podas frequentes — não jogue fora os recortes! Eles podem ser replantados para aumentar ainda mais a densidade de plantas filtradoras no seu sistema.Plantas flutuantes para controle de nitrato
As plantas flutuantes são os aspiradores de nitrato do seu aquário ecológico. Com acesso direto ao ar atmosférico e raízes pendentes na água, espécies como Salvinia, Pistia (alface d’água) e Limnobium (musgo flutuante) são campeãs na remoção de compostos nitrogenados, frequentemente absorvendo até 70% mais nitrato que plantas submersas.Um erro comum é remover todas as plantas flutuantes durante a manutenção. O ideal é manter cerca de 20-30% da superfície coberta, permitindo que algumas plantas cresçam vigorosamente enquanto você remove regularmente o excesso. Esse processo de “colheita” é essencial, pois representa a remoção física de nutrientes do sistema. Aquaristas veteranos costumam dizer que “a saúde do seu aquário pode ser medida pelo crescimento das plantas flutuantes” — se estiverem crescendo lentamente, provavelmente faltam nutrientes ou luz adequada para todo o ecossistema.Hardscape
O hardscape (rochas e madeiras) em um aquário ecológico vai além da função decorativa — ele cria microhabitats essenciais para diversos organismos e influencia diretamente a química da água. Para uma escolha verdadeiramente sustentável, opte por materiais certificados de fornecedores que não exploram ambientes naturais. Troncos de Mopani, madeira Malásia e rochas Seiryu são excelentes opções quando obtidas de fontes responsáveis.A disposição dos elementos de hardscape precisa considerar o espaço para o desenvolvimento das raízes das plantas e a criação de zonas de fluxo variado. Uma técnica utilizada por aquaristas experientes é criar “ilhas de nutrientes”: pequenos bolsões de substrato extra-nutritivo escondidos entre rochas, fornecendo reservas de nutrientes para plantas de crescimento lento. Lembre-se também que certos tipos de madeira e rochas podem alterar o pH e a dureza da água — um benefício quando usado estrategicamente para criar o ambiente ideal para espécies específicas de peixes.Equipamentos energeticamente eficientes para seu aquário
Na aquariofilia ecológica, menos é mais quando falamos de equipamentos. O objetivo é utilizar o mínimo necessário de tecnologia, priorizando aqueles com maior eficiência energética. Diferente de sistemas convencionais que dependem fortemente de filtração mecânica e química, seu aquário ecológico terá nas plantas e microrganismos seus principais aliados, reduzindo a necessidade de equipamentos potentes e energeticamente custosos.Bombas e filtros de baixo consumo
As bombas e filtros são geralmente os maiores consumidores de energia em um aquário, mas em sistemas ecológicos podem ser substancialmente redimensionados. Filtros do tipo “canister” com baixa vazão ou filtros hang-on com mídia biológica são ideais, pois privilegiam a filtração biológica sem gerar correntes fortes que poderiam estressar os peixes e desarraigar plantas. Muitos aquaristas ecológicos seguem a regra do “terço da potência” — utilizando filtros com capacidade nominal para apenas um terço do volume real do aquário, complementando o restante da filtração com o poder das plantas.Iluminação LED — economia e benefícios para as plantas
A iluminação é o coração energético de qualquer aquário plantado, e os sistemas LED modernos revolucionaram o hobby. Além de consumirem até 80% menos energia que lâmpadas fluorescentes, os LEDs oferecem espectro completo que favorece a fotossíntese, possuem vida útil superior e geram menos calor residual. Procure modelos com temporizador integrado e controle de intensidade, permitindo simular o ciclo circadiano natural — amanhecer e entardecer suaves, reduzindo o estresse dos peixes e otimizando o crescimento das plantas nos diferentes períodos do dia.Sistemas de aquecimento econômicos
O aquecimento é muitas vezes o maior vilão no consumo energético de um aquário. Opte por aquecedores com termostato eletrônico preciso, que mantém a temperatura estável usando menos energia. Uma alternativa inteligente é escolher espécies de peixes adaptadas à temperatura ambiente da sua região, eliminando completamente a necessidade de aquecimento artificial. Em climas temperados, especies como Betta splendens, diversos Tetras e peixes Arco-Íris australianos podem viver confortavelmente entre 22-26°C, faixa facilmente mantida sem aquecedores na maioria dos lares brasileiros.Peixes e habitantes para um aquário ecológico
A escolha dos habitantes para seu aquário ecológico deve seguir o princípio do equilíbrio. Diferente dos aquários convencionais onde a capacidade de filtração mecânica determina a quantidade de peixes, em um sistema ecológico buscamos uma proporção harmoniosa entre plantas, microrganismos e peixes. A regra de ouro é a subdensidade — manter menos peixes do que o aquário comportaria teoricamente, permitindo que o ecossistema funcione com folga e estabilidade.Escolhendo espécies compatíveis com baixo impacto ambiental
A seleção de espécies compatíveis não considera apenas a convivência entre os peixes, mas também sua interação com as plantas e o equilíbrio geral do sistema. Algumas espécies são verdadeiras aliadas em um aquário ecológico, enquanto outras podem comprometer todo o equilíbrio:Espécie | Compatibilidade Ecológica | Benefícios ao Ecossistema | Cuidados Especiais |
Otocinclus spp. | Excelente | Controle natural de algas, baixa carga biológica | Sensíveis a mudanças de parâmetros, preferem grupos |
Microrasboras (Boraras spp.) | Muito Alta | Baixíssima biocarba, comportamento cardume | Preferem água levemente ácida e rica em taninos |
Camarões Amano | Excelente | Consumo de algas e detritos, aeração do substrato | Podem escapar de aquários abertos, sensíveis ao cobre |
Tetras pequenos (Neons, Ember) | Alta | Comportamento natural em grupo, baixo impacto | Alguns podem beliscar plantas mais delicadas |
Betta splendens | Moderada | Controle de organismos superficiais | Podem danificar plantas flutuantes, territorialistas |
Ciclídeos africanos | Baixa | Poucos benefícios em sistema plantado | Costumam desenterrar plantas, alteram substrato |
A importância de peixes criados em cativeiro vs. capturados
A escolha entre peixes criados em cativeiro e capturados na natureza tem implicações éticas e ecológicas profundas. Peixes criados em cativeiro geralmente são mais adaptados à vida em aquário, apresentam melhor aceitação de rações comerciais e, principalmente, não impactam populações selvagens. A captura excessiva de espécies ornamentais tem causado desequilíbrios em diversos ecossistemas aquáticos ao redor do mundo, especialmente em recifes de coral e áreas da Amazônia.Além do impacto ambiental direto, muitos peixes selvagens são capturados com métodos questionáveis, como o uso de cianeto que, além de prejudicar o ambiente, compromete a saúde dos peixes a longo prazo. Quando optar por um peixe, pergunte sempre sobre sua origem ao lojista. Muitas espécies populares como Platies, Molinésias, Guppies e diversos Tetras são hoje facilmente encontradas com reprodução em cativeiro, sendo a escolha mais responsável para seu aquário ecológico.Outros habitantes benéficos
Um aquário ecológico verdadeiramente equilibrado vai muito além dos peixes — ele abriga uma comunidade diversificada de organismos que trabalham em sinergia. Caramujos como os Neritinas e Physas atuam como eficientes equipes de limpeza, consumindo algas e detritos sem danificar plantas. Já os camarões, especialmente Neocaridinas e Caridinas, são verdadeiros garis aquáticos, alcançando cantos onde outros não chegam e consumindo biofilmes invisíveis a olho nu. Mais importantes ainda são as bactérias benéficas que colonizam substrato e filtro, responsáveis pelo ciclo do nitrogênio e pela decomposição de matéria orgânica — elas são a base invisível, porém essencial, de todo sistema ecológico funcional.Ciclo do nitrogênio
O ciclo do nitrogênio é o coração pulsante de qualquer aquário saudável, mas em sistemas ecológicos ele ganha dimensões ainda mais profundas. É um processo bioquímico onde compostos nitrogenados tóxicos (como amônia e nitrito) são transformados em formas menos nocivas (nitrato) por bactérias benéficas, e finalmente absorvidos pelas plantas aquáticas. Em um aquário ecológico bem estabelecido, esse ciclo acontece de forma mais completa e eficiente que em sistemas convencionais, chegando próximo a um ciclo fechado onde quase nenhum composto nitrogenado se acumula a ponto de requerer trocas frequentes de água.Como estabelecer um ciclo biológico saudável
Estabelecer um ciclo do nitrogênio robusto é o alicerce de um aquário ecológico bem-sucedido. Diferente dos métodos convencionais, o ciclo em sistemas plantados pode ser estabelecido com maior segurança utilizando as próprias plantas como parte do processo, graças à sua capacidade de absorver diretamente a amônia antes mesmo de sua conversão em nitrito.O processo de ciclagem em um aquário ecológico requer paciência, pois envolve o estabelecimento não apenas de colônias bacterianas, mas de todo um microbioma diversificado. A chave é o método de “plantio pesado desde o início”, onde se utiliza uma grande quantidade de plantas de crescimento rápido logo na montagem, criando um sistema que já nasce parcialmente equilibrado.Para estabelecer o ciclo biológico ideal, siga estes passos:- Monte o aquário com substrato nutritivo e plantas abundantes;
- Adicione água tratada com condicionador que neutralize cloro e cloraminas;
- Instale um filtro com mídia biológica para colonização bacteriana;
- Espere 7 dias antes de introduzir qualquer animal;
- Comece com poucos “animais iniciadores” como caramujos e camarões resistentes;
- Monitore diariamente os níveis de amônia, nitrito e nitrato;
- Adicione os primeiros peixes apenas quando detectar nitrato e zero amônia/nitrito;
- Aumente gradualmente a população, respeitando o limite de 1cm de peixe por litro de água;
- Observe o crescimento das plantas — se estagnarem, reduza a quantidade de peixes.
Monitoramento e manutenção dos parâmetros da água
O monitoramento dos parâmetros da água em um aquário ecológico segue uma filosofia diferente dos sistemas convencionais. Em vez de buscar valores “perfeitos” através de intervenções químicas constantes, o objetivo é atingir um equilíbrio estável onde o próprio sistema se autorregula dentro de faixas aceitáveis para os habitantes escolhidos.Os três principais parâmetros a serem monitorados são amônia, nitrito e nitrato, formando a base do ciclo do nitrogênio. Em um sistema ecológico maduro, tanto amônia quanto nitrito devem permanecer consistentemente em zero, enquanto o nitrato tenderá a se estabilizar naturalmente em níveis baixos (geralmente abaixo de 10ppm) graças à absorção contínua pelas plantas. Outros parâmetros importantes incluem pH, GH (dureza geral) e KH (dureza de carbonatos), que tendem a se manter mais estáveis em aquários bem plantados devido ao efeito tampão proporcionado pelos processos biológicos ativos.Testes essenciais de qualidade da água
Os testes de qualidade da água são como o “check-up médico” do seu aquário ecológico. Em sistemas bem estabelecidos, a frequência de testes pode ser reduzida, mas nunca eliminada completamente. Kits de teste para amônia, nitrito e nitrato são essenciais e devem ser utilizados semanalmente durante os primeiros meses e quinzenalmente em sistemas maduros. Testes de pH e dureza podem ser realizados mensalmente, enquanto parâmetros como o potencial redox (ORP) — que mede a saúde biológica geral do sistema — são opcionais, mas extremamente úteis para aquaristas avançados detectarem desequilíbrios sutis antes que se tornem problemas maiores.Frequência ideal para troca parcial da água
Um dos maiores benefícios de um aquário ecológico bem equilibrado é a drástica redução na frequência das trocas de água. Enquanto sistemas convencionais geralmente exigem trocas semanais de 25-50% do volume, aquários ecológicos maduros podem funcionar perfeitamente com trocas mensais de apenas 10-20%. Em alguns sistemas particularmente bem equilibrados, as trocas podem ser ainda mais espaçadas, limitando-se apenas à reposição da água evaporada. Esta redução não só economiza água e tempo, mas também mantém o equilíbrio microbiológico do sistema, já que grandes trocas podem perturbar as delicadas comunidades bacterianas que se estabelecem nas superfícies do aquário.Manutenção mínima — rotina para um aquário autossustentável
A beleza de um aquário ecológico reside na sua capacidade de autor regulação, transformando a manutenção de uma tarefa árdua em intervenções mínimas e prazerosas. O segredo está em compreender que cada ação de manutenção não é apenas uma limpeza, mas um ajuste sutil no equilíbrio do ecossistema. A filosofia aqui é “quanto menos intervenção, melhor” — permitindo que os processos naturais façam o trabalho pesado enquanto você apenas guia o sistema na direção desejada.Calendário de tarefas semanais, mensais e semestrais
Um calendário de manutenção bem planejado é essencial mesmo para aquários ecológicos, pois distribui as tarefas necessárias de forma a minimizar o estresse no sistema e otimizar seu tempo. A chave é a consistência em pequenas intervenções, evitando grandes perturbações no equilíbrio estabelecido:Frequência | Tarefa | Importância | Tempo Estimado |
Diária | Verificação visual de equipamentos e habitantes | Alta | 2 minutos |
Semanal | Remoção do excesso de plantas flutuantes | Alta | 5 minutos |
Semanal | Reposição de água evaporada | Alta | 3 minutos |
Quinzenal | Limpeza do vidro frontal (se necessário) | Média | 5 minutos |
Mensal | Poda de plantas de crescimento rápido | Alta | 15 minutos |
Mensal | Troca parcial de 10-20% da água | Média | 20 minutos |
Trimestral | Verificação e limpeza parcial das mídias do filtro | Alta | 15 minutos |
Semestral | Adição de nutrientes ao substrato (tablets) | Média | 10 minutos |
Anual | Reavaliação geral do layout e renovação parcial de plantas | Baixa | 60 minutos |
Como deixar seu aquário durante viagens sem preocupações
Uma das maiores vantagens de um aquário ecológico é sua estabilidade durante períodos de ausência. Enquanto aquários convencionais podem sofrer deterioração rápida sem supervisão humana, sistemas ecológicos bem estabelecidos podem ficar tranquilamente sem intervenção por semanas, desde que preparados adequadamente.A chave para uma viagem sem preocupações está nos preparativos. Duas semanas antes da partida, reduza levemente a quantidade de alimento fornecido, permitindo que o sistema se ajuste a uma carga orgânica menor. Três dias antes, faça uma pequena troca de água (10-15%) e uma poda nas plantas de crescimento rápido. Instale um alimentador automático de qualidade, programado para fornecer porções menores que o habitual. Para viagens mais longas, considere adicionar mais plantas flutuantes antes de partir — elas servirão como “filtros de emergência” caso ocorra algum desbalanço durante sua ausência. Lembre-se: em aquários ecológicos, a subnutrição é muito menos problemática que a superalimentação, então na dúvida, programe menos alimento.Solução de problemas comuns no ecossistema
Mesmo os aquários ecológicos mais bem planejados podem enfrentar desafios ocasionais. A abordagem para solução de problemas, entretanto, difere significativamente dos métodos convencionais, priorizando ajustes no equilíbrio natural em vez de intervenções químicas agressivas:Problema | Possíveis Causas | Soluções Ecológicas | O que Evitar |
Surto de algas | Excesso de luz, desequilíbrio de nutrientes | Aumento de plantas flutuantes, redução do fotoperíodo, adição de competidores (plantas de crescimento rápido) | Algicidas químicos, blackout total |
Água turva | Bloom bacteriano, substrato perturbado | Pequenas trocas de água (5-10%), adição de filtradores naturais como Daphnia | Clarificadores químicos, grandes trocas de água |
Plantas amarelando | Deficiência nutricional, luz inadequada | Adição de suplementos específicos (ferro, potássio), ajuste na intensidade luminosa | Fertilização excessiva, mudanças drásticas de parâmetros |
Mortalidade de peixes | Estresse ambiental, doença, parâmetros instáveis | Verificação de parâmetros, adição de plantas purificadoras, quarentena de novos habitantes | Medicação indiscriminada do aquário principal, superpopulação compensatória |
Caramujos em excesso | Superalimentação, matéria orgânica acumulada | Redução gradual da alimentação, introdução de predadores naturais (certos camarões e peixes) | Venenos para caramujos que afetam todo o ecossistema |
O que é um tanque de peixes com ecossistema autossustentável?
Um tanque de peixes com ecossistema autossustentável é um aquário projetado para funcionar com mínima intervenção humana, onde plantas, peixes e microorganismos vivem em perfeito equilíbrio. Nesse sistema, as plantas absorvem os resíduos produzidos pelos peixes, bactérias benéficas transformam compostos tóxicos em nutrientes, e o ciclo do nitrogênio acontece naturalmente. É como um pedacinho da natureza dentro da sua casa, onde cada habitante tem um papel importante na saúde do ecossistema, muito parecido com uma família de pets bem entrosada!
Quais são os melhores peixes para um aquário autossustentável?
Os melhores peixes para um aquário autossustentável são espécies pequenas, pacíficas e com baixa biocarba (carga biológica). Ótimas opções incluem os Otocinclus (excelentes comedores de algas), Microrasboras (peixinhos minúsculos que parecem confetes nadando), pequenos tetras como Neons e Ember, e o clássico Betta (apenas um por tanque). Também são bem-vindos os camarões Amano e caramujos Neritina, que funcionam como a “equipe de limpeza” do aquário. A regra de ouro para escolher seus amiguinhos de nadadeiras é: opte por espécies que não mexem no substrato e não comem plantas!
Como montar um aquário com ecossistema autossustentável?
Para montar um aquário com ecossistema autossustentável, siga estes passos fundamentais: 1) Escolha um aquário de tamanho adequado (quanto maior, mais estável); 2) Prepare um substrato nutritivo, como solo fértil coberto com cascalho; 3) Faça um “plantio pesado” com diversas espécies de plantas aquáticas, ocupando pelo menos 70% do espaço; 4) Instale iluminação adequada para as plantas, preferencialmente LED; 5) Adicione um pequeno filtro para circulação de água; 6) Aguarde 3-4 semanas para o ciclo do nitrogênio se estabelecer; 7) Introduza primeiramente limpadores como camarões e caramujos; 8) Por fim, adicione os peixes gradualmente, respeitando a capacidade do sistema. A paciência é a melhor amiga do aquarista, assim como nossos cães esperam ansiosamente pelo passeio diário!
É possível criar um aquário autossustentável em um pote?
Sim, é possível criar um mini aquário autossustentável em um pote, comumente chamado de “jarrário”! Para isso, escolha um recipiente de vidro de pelo menos 2 litros, adicione uma fina camada de substrato nutritivo, plantas aquáticas resistentes como musgos e Anubias, e microorganismos benéficos. Esses jarrários normalmente não comportam peixes devido ao volume limitado, mas podem abrigar pequenos camarões ou caramujos. A manutenção é mínima – apenas reposição da água evaporada e ocasionalmente podas nas plantas. É como ter um cachorrinho de bolso do mundo aquático – pequeno, mas cheio de personalidade e fácil de cuidar!
Como fazer um diagrama de ecossistema de aquário?
Para criar um diagrama de ecossistema de aquário, represente visualmente as interações entre todos os componentes do sistema: desenhe as camadas do substrato na parte inferior (cascalho, solo nutritivo); adicione plantas com diferentes funções (flutuantes para absorção de nitrato, enraizadas para oxigenação do substrato); represente os microorganismos benéficos e bactérias que decompõem resíduos; inclua os peixes e invertebrados com setas mostrando o fluxo de nutrientes entre eles. Não esqueça de ilustrar o ciclo do nitrogênio, mostrando como a amônia dos resíduos dos peixes é convertida em nitrito, depois em nitrato e finalmente absorvida pelas plantas. É como um mapa da amizade entre todos os moradores do aquário – cada um ajudando o outro de alguma forma, como numa matilha bem organizada!