Coprofagia em Cachorros: Causas, Prevenção e Soluções

coprofagia de cachorros

A coprofagia canina é um comportamento que intriga e preocupa muitos tutores de cães. Esse hábito de ingerir fezes, sejam próprias ou de outros animais, não é apenas desagradável, mas pode indicar problemas de saúde ou comportamentais que merecem atenção. Além disso, essa prática pode expor seu peludo a parasitas e doenças, tornando-se um risco real para seu bem-estar.

Neste artigo, vamos explorar as causas por trás desse comportamento intrigante, desde questões nutricionais até fatores psicológicos. Você aprenderá a identificar os sinais, entender os riscos e descobrir as melhores formas de prevenir e tratar a coprofagia. Continue lendo para garantir a saúde e felicidade do seu melhor amigo de quatro patas!

 

O que é coprofagia?

A coprofagia é caracterizada pela ingestão de fezes, seja do próprio animal (autocoprofagia) ou de outros (alocoprofagia). Este comportamento, embora considerado normal em algumas espécies como coelhos e roedores, é geralmente visto como inadequado em cães domésticos.

Apesar de ser um hábito desagradável para os tutores, a coprofagia pode ter raízes evolutivas. Alguns especialistas acreditam que esse comportamento pode ser um resquício dos ancestrais caninos, que ocasionalmente se alimentavam de restos, incluindo fezes, como estratégia de sobrevivência. No entanto, em cães domésticos modernos, a coprofagia frequentemente indica problemas que precisam ser abordados.

Principais causas da coprofagia em cães

A coprofagia em cães pode ter origens diversas, geralmente classificadas em três categorias principais: nutricionais, comportamentais e patológicas. Cada uma dessas categorias engloba uma variedade de fatores que podem levar o cão a desenvolver esse hábito indesejado. Entender essas causas é fundamental para determinar a abordagem mais eficaz de tratamento e prevenção.

Causas nutricionais

As causas nutricionais da coprofagia estão frequentemente ligadas a deficiências na dieta ou problemas de absorção de nutrientes. Quando o cão não recebe uma alimentação adequada, ele pode buscar nas fezes os nutrientes que faltam em sua dieta regular.

  • Dietas inadequadas: Rações de baixa qualidade ou com pouca digestibilidade podem não fornecer todos os nutrientes necessários, levando o cão a buscar complementação nas fezes.
  • Deficiência de vitaminas: Especialmente a falta de vitamina B1 (tiamina) pode desencadear a coprofagia.
  • Baixo teor de proteínas e gorduras: Dietas com quantidades insuficientes desses nutrientes podem não satisfazer as necessidades nutricionais do cão.
  • Má absorção de nutrientes: Problemas gastrointestinais podem impedir a absorção adequada dos nutrientes, mesmo em dietas balanceadas.
  • Polifagia: Cães com apetite excessivo ou em dietas restritivas para perda de peso podem recorrer à coprofagia.
  • Parasitas intestinais: A presença de vermes pode interferir na absorção de nutrientes, levando o cão a buscar compensação nas fezes.

Causas comportamentais

Os fatores comportamentais são frequentemente responsáveis pela coprofagia em cães. Essas causas estão geralmente relacionadas ao ambiente do animal, sua rotina e interações com os tutores.

  • Ansiedade e estresse: Cães ansiosos ou estressados podem desenvolver comportamentos compulsivos, incluindo a coprofagia.
  • Tédio e falta de estimulação: Animais sem atividades adequadas podem recorrer à coprofagia como forma de entretenimento.
  • Busca por atenção: Alguns cães aprendem que a coprofagia gera uma reação imediata dos tutores, mesmo que negativa.
  • Punições inadequadas: Tutores que punem o cão após a defecação podem inadvertidamente ensiná-lo a “esconder” as fezes comendo-as.
  • Comportamento aprendido: Filhotes podem imitar o comportamento da mãe que limpa as fezes dos filhotes ou de outros cães.
  • Confinamento excessivo: Cães mantidos em espaços pequenos por longos períodos podem desenvolver o hábito.
  • Limpeza excessiva: Alguns cães podem entender que devem “limpar” o ambiente comendo as fezes após observar os tutores recolhendo-as.

Causas patológicas

As causas patológicas da coprofagia estão relacionadas a condições médicas que podem levar o cão a ingerir fezes. Essas causas requerem atenção veterinária imediata para diagnóstico e tratamento adequados.

  • Parasitoses: Infestações por vermes e outros parasitas podem causar má absorção de nutrientes e levar à coprofagia.
  • Distúrbios pancreáticos: Condições como insuficiência pancreática exócrina podem afetar a digestão e absorção de nutrientes.
  • Doenças gastrointestinais: Problemas como síndrome de má absorção podem fazer com que o cão busque nutrientes nas fezes.
  • Distúrbios endócrinos: Condições como diabetes mellitus e hiperadrenocorticismo podem aumentar o apetite do cão.
  • Deficiências enzimáticas: A falta de enzimas digestivas pode levar à má digestão e absorção de nutrientes.
  • Doenças hepáticas: Problemas no fígado podem afetar o metabolismo e a absorção de nutrientes.
  • Distúrbios neurológicos: Algumas condições neurológicas podem alterar o comportamento alimentar do cão.

Como identificar a coprofagia no seu cão

Identificar a coprofagia em seu cão pode não ser tão óbvio quanto se imagina, especialmente se o comportamento ocorre quando você não está por perto. No entanto, existem alguns sinais característicos que podem indicar que seu cão está praticando a coprofagia. Fique atento aos seguintes indícios:

  1. Hálito com odor fecal persistente
  2. Resíduos de fezes ao redor da boca ou nos dentes
  3. Comportamento de “limpeza” excessiva após a defecação
  4. Desaparecimento inexplicável das fezes no ambiente
  5. Interesse incomum pelas fezes de outros animais durante passeios
  6. Lambedura excessiva da região anal
  7. Observação direta do cão comendo fezes
  8. Vômitos contendo material fecal parcialmente digerido

Riscos associados à coprofagia

A coprofagia não é apenas um hábito desagradável, mas também pode representar sérios riscos à saúde do seu cão. A ingestão de fezes, sejam próprias ou de outros animais, expõe o animal a uma variedade de patógenos e parasitas que podem causar doenças graves. Além disso, esse comportamento pode levar a problemas digestivos e nutricionais. Considere os seguintes riscos:

  1. Infestações parasitárias (vermes intestinais, giárdia, coccídios)
  2. Infecções bacterianas (salmonela, E. coli)
  3. Doenças virais (parvovirose, hepatite infecciosa canina)
  4. Intoxicação por substâncias presentes nas fezes
  5. Obstrução intestinal por ingestão de materiais não digeríveis nas fezes
  6. Desequilíbrios nutricionais
  7. Problemas dentários e halitose crônica
  8. Transmissão de zoonoses para humanos

Diagnóstico e avaliação veterinária

Diante da suspeita de coprofagia, é fundamental buscar a orientação de um médico veterinário. O profissional realizará uma anamnese detalhada, questionando sobre a dieta do animal, rotina, ambiente e histórico médico. 

Durante a consulta, o veterinário fará um exame físico completo, buscando sinais de problemas de saúde que possam estar relacionados à coprofagia.

Dependendo dos achados iniciais, o veterinário pode solicitar exames complementares como hemograma, bioquímica sérica, exame coproparasitológico e, em alguns casos, exames de imagem. 

Esses testes ajudarão a descartar ou confirmar causas patológicas da coprofagia, como parasitoses, distúrbios metabólicos ou problemas gastrointestinais. A avaliação completa é essencial para determinar a abordagem de tratamento mais adequada.

Tratamentos e soluções para a coprofagia

O tratamento da coprofagia varia de acordo com a causa subjacente identificada. Uma abordagem multifacetada é geralmente necessária, combinando ajustes na dieta, modificações comportamentais e, quando aplicável, tratamento de condições médicas.

Ajustes na dieta e suplementação

Uma das primeiras medidas no tratamento da coprofagia é a revisão e ajuste da dieta do cão. Em muitos casos, a transição para uma ração de alta qualidade, com melhor digestibilidade e perfil nutricional adequado, pode resolver o problema. 

É importante escolher um alimento que atenda às necessidades específicas do cão, considerando sua idade, porte e nível de atividade.

Além da ração balanceada, a suplementação pode ser recomendada em alguns casos. Probióticos podem ajudar a melhorar a saúde digestiva, enquanto suplementos específicos, como o glutamato monossódico, podem tornar as fezes menos atraentes para o cão. No entanto, qualquer suplementação deve ser feita sob orientação veterinária para garantir a segurança e eficácia.

Modificação comportamental

A modificação comportamental é uma parte crucial do tratamento da coprofagia, especialmente quando causas psicológicas estão envolvidas. Técnicas de enriquecimento ambiental, como brinquedos interativos e exercícios regulares, podem ajudar a aliviar o tédio e reduzir comportamentos indesejados. É importante estabelecer uma rotina consistente de alimentação e passeios para o cão.

O treinamento positivo também desempenha um papel importante. Ensinar comandos como “deixa” ou “não” pode ajudar a interromper o comportamento quando ele ocorre. É fundamental evitar punições, que podem exacerbar o problema. 

Em casos mais complexos, a consulta com um comportamentalista animal pode ser necessária para desenvolver estratégias personalizadas de modificação comportamental.

Tratamento de condições médicas subjacentes

Quando a coprofagia é resultado de uma condição médica subjacente, o tratamento dessa condição é prioritário. Isso pode envolver a administração de medicamentos para tratar parasitas intestinais, terapia para distúrbios endócrinos como diabetes ou hiperadrenocorticismo, ou manejo de doenças gastrointestinais crônicas.

Em casos de deficiências enzimáticas, como insuficiência pancreática exócrina, a suplementação com enzimas digestivas pode ser necessária. Para problemas de má absorção, dietas especializadas e suplementos nutricionais podem ser prescritos.

 O acompanhamento veterinário regular é essencial para monitorar o progresso do tratamento e fazer ajustes conforme necessário, garantindo a resolução da coprofagia e a melhora geral da saúde do cão.

Prevenção da coprofagia

A prevenção da coprofagia é mais fácil e eficaz do que o tratamento depois que o hábito se estabelece. Uma dieta balanceada e de alta qualidade é fundamental para garantir que seu cão receba todos os nutrientes necessários, reduzindo a chance de buscar complementação nas fezes. 

Além disso, manter um ambiente limpo, removendo as fezes prontamente, diminui as oportunidades para o comportamento.

Estabelecer uma rotina consistente de alimentação, exercícios e interação é igualmente importante. Proporcione ao seu cão atividades mentais e físicas adequadas para evitar o tédio e o estresse. Treine seu cão com métodos positivos e evite punições relacionadas à defecação, que podem inadvertidamente encorajar a coprofagia.

Produtos disponíveis para combater a coprofagia

Existem diversos produtos no mercado desenvolvidos especificamente para ajudar a combater a coprofagia em cães. Estes incluem suplementos alimentares, sprays e pós que tornam as fezes menos atraentes para o cão. 

Embora possam ser úteis como parte de uma abordagem abrangente, é importante lembrar que esses produtos não substituem o tratamento da causa subjacente. Consulte sempre um veterinário antes de usar qualquer produto.

Tipo de ProdutoDescriçãoComo Funciona
Suplementos alimentaresComprimidos ou pós adicionados à comidaAlteram o sabor das fezes, tornando-as desagradáveis
Sprays deterrentesAplicados diretamente nas fezesTornam o odor e sabor das fezes repulsivos
ProbióticosSuplementos de bactérias benéficasMelhoram a digestão e absorção de nutrientes
Enzimas digestivasSuplementos adicionados à comidaAuxiliam na digestão e reduzem nutrientes nas fezes

Quando procurar ajuda profissional

Se você observar seu cão praticando coprofagia, é aconselhável buscar ajuda profissional o mais rápido possível. Um médico veterinário poderá realizar uma avaliação completa para identificar possíveis causas médicas subjacentes e recomendar o tratamento mais adequado. 

Isso é particularmente importante se o comportamento for repentino ou acompanhado de outros sintomas, como perda de peso, mudanças no apetite ou alterações nas fezes.

Em casos onde causas comportamentais são suspeitas, um comportamentalista animal pode oferecer insights valiosos e estratégias personalizadas para modificar o comportamento do seu cão. Lembre-se, quanto mais cedo você abordar o problema, maiores são as chances de sucesso no tratamento. Não hesite em buscar ajuda profissional se as medidas iniciais não surtirem efeito ou se você tiver dúvidas sobre como proceder.

Perguntas frequentes sobre seu cachorro comendo cocô

Qual remédio é eficaz para coprofagia canina?

Não existe um remédio único para a coprofagia. O tratamento depende da causa subjacente e pode incluir mudanças na dieta, suplementos nutricionais ou medicamentos para condições médicas específicas, sempre sob orientação veterinária.

Mantenha o ambiente limpo, ofereça uma dieta balanceada, proporcione exercícios regulares e estimulação mental. Em alguns casos, produtos deterrentes ou modificação comportamental podem ser necessários.

Comer terra pode indicar deficiências nutricionais, problemas digestivos ou comportamentais. Consulte um veterinário para determinar a causa exata e o tratamento adequado.

As razões variam e podem incluir deficiências nutricionais, problemas médicos, ansiedade, tédio ou comportamento aprendido. Uma avaliação veterinária é necessária para determinar a causa específica.

Não é considerado normal, embora seja relativamente comum. Este comportamento pode indicar problemas de saúde ou manejo e deve ser avaliado por um profissional.

O Coprovet e produtos similares geralmente começam a agir imediatamente, mas a eficácia pode variar. Observe o comportamento do seu cão por algumas semanas e consulte seu veterinário se não houver melhora.

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