Você já chegou em casa e encontrou seu cachorro com aquele hálito suspeito e sinais de que estava praticando um comportamento nada agradável no quintal? A coprofagia canina — o hábito de comer fezes — é mais comum do que muitos tutores imaginam e, apesar de causar aquela careta de nojo, pode ter razões importantes por trás. Seja um filhote curioso ou um adulto com problemas de saúde, essa prática merece nossa atenção e compreensão.
Neste guia completo, vamos desvendar todos os mistérios por trás desse comportamento que tanto intriga os tutores de pets. Você vai descobrir desde as causas médicas até as comportamentais, além de estratégias eficazes para ajudar seu amigo de quatro patas a abandonar esse hábito nada cheiroso. Continue lendo e aprenda a transformar essa situação embaraçosa em uma oportunidade para cuidar ainda melhor do seu melhor amigo!
O que é coprofagia e quando se preocupar
A coprofagia é um comportamento caracterizado pelo consumo de fezes, seja do próprio animal, de outros cães ou até mesmo de outras espécies, e pode variar de uma curiosidade passageira até um sinal de problemas de saúde mais sérios que precisam de atenção veterinária.
Definição e prevalência em cães domésticos
O termo “coprofagia” vem do grego “kopros” (fezes) e “phagein” (comer), e representa um comportamento que, apesar de repugnante para nós humanos, é relativamente comum no mundo canino. Estudos recentes indicam que aproximadamente 16% dos cães apresentam esse comportamento de forma regular, sendo mais frequente em lares com múltiplos animais.
A coprofagia não é exclusivamente um problema comportamental moderno. Nossos peludos carregam esse comportamento de seus ancestrais selvagens, que utilizavam essa prática como forma de manter seus territórios limpos e evitar que predadores detectaram sua presença através do odor das fezes. Embora o cão doméstico não tenha mais essa necessidade, o instinto permanece presente em muitos indivíduos.
Tipos de coprofagia – própria, de outros cães e interespecífica
A coprofagia canina se manifesta de diferentes formas, cada uma podendo indicar diferentes causas subjacentes e requerendo abordagens específicas para tratamento:
Tipo de Coprofagia | Descrição | Possíveis Causas | Nível de Preocupação |
Autocoprofagia | Consumo das próprias fezes | Problemas digestivos, ansiedade, medo de punição | Alto – Geralmente indica problemas médicos ou comportamentais significativos |
Intraespécie | Consumo de fezes de outros cães | Comportamento aprendido, curiosidade, deficiências nutricionais | Moderado – Pode indicar problemas nutricionais ou comportamentais |
Interespecífica | Consumo de fezes de outros animais (principalmente gatos, coelhos, cavalos) | Atratividade dos nutrientes não digeridos, preferência pelo sabor | Baixo a Moderado – Pode ser comportamento natural, mas apresenta riscos de transmissão de parasitas |
Índice:
Causas médicas da coprofagia
Antes de concluir que seu cão está comendo fezes por pura “safadeza”, é fundamental entender que diversos problemas de saúde podem desencadear esse comportamento, tornando a avaliação veterinária o primeiro passo para lidar com a situação.
Deficiências nutricionais e problemas digestivos
Quando seu pet não consegue extrair todos os nutrientes necessários de sua alimentação, seja por problemas na absorção intestinal ou por uma dieta desbalanceada, ele pode instintivamente buscar esses nutrientes em fezes. Esse comportamento é particularmente comum em cães que recebem alimentos de baixa qualidade ou quantidades insuficientes para suas necessidades energéticas.
Os problemas digestivos, como insuficiência pancreática exócrina (IPE), podem afetar significativamente a capacidade do seu cão de digerir adequadamente os alimentos. Na IPE, o pâncreas não produz enzimas digestivas suficientes, resultando em fezes com alto teor de nutrientes não digeridos. Ironicamente, essas fezes se tornam mais “atrativas” para os cães, que podem perceber o potencial nutritivo remanescente e tentar recuperá-lo através da coprofagia.
Doenças que aumentam o apetite
Certas condições médicas podem desencadear um aumento anormal do apetite (polifagia), levando os cães a comer praticamente qualquer coisa, incluindo fezes. É fundamental reconhecer essas condições para um tratamento adequado da coprofagia.
Entre as principais doenças que podem provocar aumento do apetite e, consequentemente, coprofagia em cães, destacam-se:
- Diabetes mellitus, caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue;
- Hipertireoidismo, com produção excessiva de hormônios tireoidianos;
- Síndrome de Cushing, com excesso de cortisol no organismo;
- Uso de medicamentos esteroides, que alteram o metabolismo;
- Distúrbios de má absorção intestinal, que impedem a nutrição adequada.
Diabetes e hipotireoidismo
A diabetes em cães ocorre quando o organismo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizá-la corretamente, impedindo que a glicose seja aproveitada pelas células. Como resultado, o cão sente fome constante, pois suas células não recebem a energia necessária mesmo após a alimentação. Essa fome insaciável pode levar o animal a considerar qualquer fonte potencial de nutrientes, incluindo fezes.
O hipotireoidismo, por outro lado, é caracterizado pela produção insuficiente de hormônios tireoidianos, responsáveis pelo metabolismo. Embora frequentemente associado à obesidade e letargia, em alguns casos pode desencadear alterações comportamentais, incluindo distúrbios alimentares como a coprofagia. Um cão com hipotireoidismo pode apresentar mudanças na percepção de sabor e na regulação do apetite, contribuindo para comportamentos alimentares anormais.
Síndrome de Cushing
A Síndrome de Cushing, ou hiperadrenocorticismo, é uma condição caracterizada pela produção excessiva de cortisol pelas glândulas adrenais. Este hormônio, conhecido como “hormônio do estresse”, quando em excesso, provoca diversos distúrbios metabólicos, incluindo um aumento significativo do apetite que pode levar à coprofagia.
Cães com Síndrome de Cushing tipicamente apresentam uma combinação de sintomas além da coprofagia, como polidipsia (sede excessiva), poliúria (micção frequente), barriga abaulada (em forma de “pêra”) e perda de pelo. A condição é mais comum em cães de meia-idade a idosos e em certas raças como Poodles, Dachshunds e Terriers. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado não apenas resolvem a coprofagia, mas também previnem complicações graves como diabetes e hipertensão.
Parasitas intestinais e sua relação com a coprofagia
Os parasitas intestinais estabelecem uma relação complexa com o comportamento de coprofagia em cães, funcionando tanto como causa quanto como consequência desse hábito. Quando presentes no trato digestivo, esses organismos competem pelos nutrientes ingeridos pelo animal, podendo causar deficiências nutricionais que estimulam o cão a procurar fontes alternativas de alimento, incluindo fezes.
Parasitas como Giardia, Ancilostomídeos e Trichuris vulpis podem alterar significativamente o processo digestivo, causando inflamação intestinal, má absorção e desequilíbrios na microbiota. Além disso, alguns estudos sugerem que certas infestações parasitárias podem modificar o comportamento do hospedeiro através de mecanismos neurológicos, potencialmente aumentando comportamentos como a coprofagia. O ciclo se torna ainda mais preocupante quando consideramos que o ato de ingerir fezes contaminadas amplifica o risco de novas infestações ou reinfestações, criando um ciclo perigoso para a saúde do animal.
Causas comportamentais da coprofagia
Além das causas médicas, a coprofagia pode ter explicações puramente comportamentais que derivam tanto de instintos naturais quanto de aprendizados e respostas ao ambiente. Entender estas motivações é essencial para abordar o problema de maneira eficaz.
Comportamento natural em filhotes e mães
Os filhotes frequentemente exploram o mundo com a boca, incluindo suas próprias fezes e as de outros animais. Esta fase exploratória é normal e geralmente desaparece com a maturidade, especialmente quando os tutores oferecem direcionamento adequado. Alguns filhotes podem desenvolver esse comportamento como parte de sua curiosidade natural, experimentando texturas e gostos diferentes enquanto aprendem sobre seu ambiente.
Para as cadelas, a coprofagia tem uma função biológica importante no período pós-parto. Durante as primeiras semanas de vida dos filhotes, a mãe limpa a área do ninho consumindo as fezes e a urina de seus filhotes. Este comportamento tem bases instintivas relacionadas à proteção da ninhada: mantém o ambiente limpo, reduz odores que poderiam atrair predadores e elimina vestígios que revelariam a localização do ninho. Este comportamento é considerado completamente normal e saudável, desaparecendo gradualmente à medida que os filhotes ganham independência.
Ansiedade e medo de punição
A ansiedade pode manifestar-se de diversas formas nos cães, e a coprofagia é uma delas. Animais que experimentam altos níveis de estresse, seja por separação dos tutores, mudanças na rotina ou ambientes caóticos, podem desenvolver comportamentos compulsivos como forma de autoconforto. A coprofagia, nestes casos, funciona como uma válvula de escape para a tensão emocional acumulada.
O medo de punição constitui outro fator comportamental significativo, especialmente em cães que foram repreendidos severamente por acidentes dentro de casa durante o treinamento de higiene. Estes animais aprendem que a presença de fezes desencadeia reações negativas dos tutores, e passam a ingeri-las como tentativa de “eliminar as evidências” e evitar punições. Este ciclo problemático reforça a importância de métodos de treinamento baseados em reforço positivo, que não associam medo ou ansiedade ao processo natural de eliminação.
Busca de atenção e comportamento aprendido
Alguns cães descobrem que comer fezes gera uma reação instantânea e dramática de seus tutores. Para um animal que recebe pouca atenção no dia a dia, qualquer interação – mesmo negativa como gritos ou perseguições – pode ser recompensadora. Esta dinâmica pode inadvertidamente reforçar o comportamento de coprofagia, criando um ciclo difícil de quebrar.
O comportamento coprofágico também pode ser aprendido através da observação de outros cães. Em lares com múltiplos animais, é comum que cães mais jovens imitem o comportamento dos mais velhos, incluindo hábitos indesejados como a coprofagia. Esta influência social é particularmente poderosa em filhotes, que naturalizam os comportamentos que observam em outros membros de seu grupo social. Por isso, ao identificar a coprofagia em um dos cães da casa, é importante implementar medidas preventivas para todos os animais, evitando a propagação do comportamento.
O reforço acidental pelos tutores
Muitas vezes, sem perceber, nós tutores acabamos reforçando o comportamento coprofágico através de nossas reações. Quando um cão se aproxima de fezes e recebe atenção imediata – mesmo que seja para ser repreendido – ele pode interpretar essa interação como uma recompensa, especialmente se possui carência afetiva ou tédio em sua rotina.
Quais raças têm mais propensão à coprofagia?
Embora qualquer cão possa desenvolver coprofagia, pesquisas indicam que certas raças apresentam maior predisposição a este comportamento, possivelmente devido a características genéticas específicas relacionadas ao instinto de forrageamento e à curiosidade natural.
Predisposição em Beagles, Terriers e Labradores
Os Beagles, conhecidos por seu excelente olfato e instinto de caça, frequentemente lideram as estatísticas de coprofagia entre as raças caninas. Seu intenso interesse por odores e tendência natural para forragear fazem com que sejam particularmente atraídos por fezes, especialmente aquelas com resíduos alimentares parcialmente digeridos. Esta característica, que faz deles excelentes cães farejadores, também os predispõe a investigar e potencialmente consumir excrementos durante suas explorações.
Os Terriers, com seu instinto natural de caça a roedores e seu comportamento exploratório, também apresentam altas taxas de coprofagia. Raças como Jack Russell, Yorkshire e West Highland White Terriers são particularmente propensas a este comportamento. Já os Labradores Retrievers, embora amplamente conhecidos por sua docilidade e treinabilidade, também figuram nas estatísticas devido à sua notória voracidade alimentar. A tendência desta raça a comer praticamente qualquer coisa que considere remotamente comestível, resultado de uma possível mutação genética que afeta a sensação de saciedade, torna-os candidatos frequentes ao desenvolvimento da coprofagia.
O impacto da genética e do instinto
O comportamento de coprofagia pode ter raízes profundas no código genético canino, reminiscente do comportamento de seus ancestrais lobos. Nos ambientes selvagens, o consumo de fezes tinha funções adaptativas importantes: reduzia os odores que poderiam atrair predadores, eliminava potenciais fontes de parasitas no território e, em tempos de escassez alimentar, fornecia nutrientes residuais.
Estudos recentes em genética comportamental sugerem que alguns cães podem herdar uma predisposição à coprofagia através de genes que influenciam comportamentos de forrageamento e preferências alimentares. Esta teoria é respaldada pela observação de que certas linhagens dentro das mesmas raças demonstram maior tendência ao comportamento, mesmo quando criadas em ambientes similares. Além disso, a domesticação canina pode ter selecionado inadvertidamente cães com menor aversão natural a odores que humanos consideram repugnantes, incluindo fezes, como parte de sua adaptação à vida próxima aos acampamentos humanos, onde atuavam como “limpadores” de resíduos.
Como prevenir e tratar a coprofagia
Combater a coprofagia exige uma abordagem multifacetada que considere tanto os aspectos médicos quanto comportamentais, sempre iniciando pela exclusão de problemas de saúde e avançando para estratégias de manejo e treinamento adequadas.
Consulta veterinária e diagnóstico
O primeiro passo fundamental para abordar a coprofagia é uma avaliação completa com um médico veterinário. Durante a consulta, o profissional realizará um exame físico minucioso e coletará informações sobre a dieta, rotina e ambiente do animal. É importante relatar quando o comportamento começou, com qual frequência ocorre e se há preferência por fezes específicas (próprias, de outros cães ou de outras espécies).
O diagnóstico adequado geralmente inclui exames laboratoriais como hemograma completo, bioquímica sérica, urinálise e exame coproparasitológico. Em casos específicos, o veterinário pode solicitar testes endócrinos para avaliar a função da tireoide ou das adrenais, principalmente se houver suspeita de diabetes, hipotireoidismo ou Síndrome de Cushing. Exames de imagem como ultrassonografia abdominal também podem ser necessários para avaliar o sistema digestivo e descartar problemas estruturais. Apenas após a exclusão de causas médicas é que a abordagem deve focar nos aspectos comportamentais.
Abordagens nutricionais
A nutrição desempenha um papel crucial tanto na prevenção quanto no tratamento da coprofagia. Ajustes na dieta podem resolver deficiências nutricionais subjacentes e melhorar a digestibilidade, reduzindo assim a atratividade das fezes:
Estratégia Nutricional | Benefícios | Aplicação Prática |
Dietas premium de alta digestibilidade | Melhor absorção de nutrientes, fezes menos atrativas | Escolher rações com ingredientes de qualidade e baixo teor de enchimentos |
Alimentação fracionada | Melhor digestão, sensação de saciedade mais prolongada | Dividir a porção diária em 2-3 refeições menores |
Suplementação enzimática | Auxilia na quebra e absorção de nutrientes | Adicionar suplementos de enzimas digestivas sob orientação veterinária |
Probióticos | Equilibrar a microbiota intestinal, melhora a digestão | Incluir suplementos probióticos específicos para cães |
Inclusão de fibras | Promove saciedade e melhora a consistência fecal | Adicionar abóbora, cenoura ou psyllium à dieta (com orientação veterinária) |
Dietas de alta digestibilidade
As dietas de alta digestibilidade são formuladas para maximizar a absorção de nutrientes no trato digestivo do cão, reduzindo significativamente a quantidade de componentes não digeridos que chegam às fezes. Isso torna os excrementos menos atrativos para o animal, além de melhorar sua saúde geral.
Ao escolher uma dieta de alta digestibilidade para seu cão, busque as seguintes características:
- Proteínas de alta qualidade (como frango, peru ou peixe como primeiros ingredientes);
- Baixo teor de enchimentos e subprodutos;
- Carboidratos facilmente digeríveis;
- Ausência de corantes artificiais e conservantes;
- Presença de prebióticos como FOS (fruto-oligossacarídeos);
- Ácidos graxos essenciais ômega-3 e ômega-6.
Suplementos e probióticos
Os suplementos enzimáticos funcionam como catalisadores biológicos que auxiliam na quebra dos nutrientes durante o processo digestivo. Para cães com insuficiência pancreática exócrina ou outros distúrbios digestivos, estes suplementos podem fazer uma diferença significativa na capacidade de absorver adequadamente os nutrientes da dieta, reduzindo assim a motivação para buscar nutrientes em fezes.
Os probióticos, por sua vez, são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Eles atuam colonizando o intestino e promovendo um ambiente favorável à digestão e absorção de nutrientes. Estudos recentes demonstram que a suplementação com cepas específicas de Lactobacillus e Bifidobacterium pode melhorar significativamente a saúde digestiva, fortalecer o sistema imunológico intestinal e até mesmo influenciar positivamente o comportamento através do eixo intestino-cérebro, potencialmente reduzindo comportamentos compulsivos como a coprofagia.
Treinamento e manejo comportamental
O treinamento eficaz e as técnicas de manejo ambiental são fundamentais para interromper e prevenir a coprofagia. Uma abordagem consistente e baseada em reforço positivo oferece os melhores resultados, evitando métodos punitivos que podem agravar o problema ou criar novos desafios comportamentais.
Para estabelecer um programa de treinamento eficaz, é importante criar uma rotina previsível de passeios em horários regulares, permitindo que você monitore e controle o acesso do seu cão às fezes. Durante esses passeios, mantenha-o sempre sob supervisão direta e use uma guia quando necessário para intervir rapidamente se ele mostrar interesse por excrementos. Simultaneamente, trabalha no enriquecimento ambiental, oferecendo brinquedos interativos, sessões regulares de exercícios e estimulação mental adequada para reduzir o tédio e comportamentos compulsivos associados.
Comando “deixa” e reforço positivo
O treinamento do comando “deixa” é uma ferramenta valiosa para interromper a coprofagia. Comece praticando em situações controladas com objetos de baixo interesse, recompensado generosamente cada vez que seu cão afasta a atenção do item proibido, atendendo ao comando. Gradualmente aumenta a dificuldade até aplicar o comando em situações reais envolvendo fezes.
Controle de acesso às fezes
A estratégia mais eficaz para prevenir a coprofagia é simplesmente eliminar o acesso às fezes. Em ambiente doméstico, estabeleça uma rotina rigorosa de limpeza do quintal, removendo os excrementos imediatamente após a defecação. Para donos de gatos, posicione as caixas de areia em locais inacessíveis aos cães, utilizando barreiras físicas ou portões para bebês com aberturas que permitam apenas a passagem dos felinos.
Produtos comerciais e suplementos específicos
O mercado pet oferece diversos produtos desenvolvidos especificamente para combater a coprofagia, desde suplementos alimentares que tornam as fezes menos atrativas e repelentes externos para aplicação direta nos excrementos.
Os suplementos comerciais anti-coprofagia geralmente contêm combinações de enzimas digestivas, probióticos e compostos que, quando metabolizados pelo organismo, alteram o sabor das fezes tornando-as desagradáveis para o cão. Produtos como NaturVet Coprophagia e For-Bid são populares nesta categoria. Alguns contêm ingredientes como MSG (glutamato monossódico), papaína e bromelaína, que não apenas auxiliam na digestão como também conferem um sabor amargo às fezes quando excretadas.
Além dos suplementos orais, existem repelentes de aplicação direta nas fezes que podem ser úteis em situações específicas, como passeios em áreas com alta concentração de excrementos de outros animais. Estes produtos geralmente contêm óleos essenciais e compostos amargos que desencorajam o interesse do cão. É importante ressaltar que, embora estes produtos possam ser auxiliares no tratamento, raramente funcionam como solução única para o problema, sendo mais eficazes quando combinados com mudanças nutricionais e comportamentais.
Alguns dos produtos mais recomendados por veterinários incluem:
- Suplementos enzimáticos digestivos específicos para coprofagia;
- Probióticos veterinários de alta potência;
- Suplementos de tiamina (vitamina B1);
- Produtos à base de extrato de abacaxi (contém bromelaína);
- Repelentes gustativos para aplicação direta em fezes;
- Suplementos com metionina e glutamato monossódico (MSG).
Meu cachorro come cocô. Isso significa que ele está doente?
Nem sempre! Embora a coprofagia possa indicar problemas de saúde como deficiências nutricionais ou parasitoses, muitas vezes é um comportamento aprendido ou instintivo. Filhotes exploram o mundo com a boca e as mães limpam seus filhotes consumindo suas fezes. Se seu pet não apresenta outros sintomas como perda de peso, vômitos ou diarreia, pode ser apenas um hábito comportamental. De qualquer forma, uma visita ao médico veterinário é sempre recomendada para descartar causas médicas.
A coprofagia pode fazer mal ao meu cachorro?
Sim, pode ser prejudicial! Consumir fezes, especialmente de outros animais, aumenta significativamente o risco de contrair parasitas intestinais, bactérias patogênicas e até mesmo vírus. Além disso, fezes de animais que tomam medicamentos podem conter resíduos químicos potencialmente tóxicos. O hálito do seu amigo também vai ficar com aquele “perfume” que ninguém merece aguentar durante as lambidas de afeto. Por isso, interromper esse comportamento é importante tanto para a saúde quanto para o convívio social do seu peludo.
Produtos com pimenta nas fezes funcionam para interromper a coprofagia?
Essa é uma dúvida clássica no consultório! Adicionar substâncias picantes como pimenta nas fezes raramente funciona como solução duradoura e pode até irritar o trato digestivo do seu cão. Nossos amigos caninos têm muito menos receptores gustativos para sabores apimentados do que nós humanos. O que parece insuportavelmente picante para você pode ser apenas levemente desagradável para seu cachorro, e a motivação para comer as fezes geralmente supera esse leve desconforto. Métodos comportamentais consistentes e mudanças na dieta tendem a ser muito mais eficazes.
Por que meu cachorro só come cocô de gato e não de outros cães?
As fezes felinas são o “caviar canino”! Isso acontece porque os gatos são carnívoros estritos com um trato digestivo relativamente curto, o que significa que suas fezes contêm altos níveis de proteínas não digeridas e gorduras que são extremamente atrativas para os cães. É como se as fezes de gato fossem um petisco gourmet no universo dos cachorros. Além disso, a dieta rica em proteínas dos felinos produz fezes com odor e sabor particularmente interessantes para os cães, diferente das fezes caninas que têm menor valor nutricional residual.
Em quanto tempo posso esperar resultados após iniciar o tratamento para coprofagia?
Cada caso late de um jeito diferente! O tempo para resolver a coprofagia varia bastante dependendo da causa e da duração do comportamento. Se a causa for médica, o comportamento geralmente diminui dentro de algumas semanas após o início do tratamento adequado. Para causas comportamentais, especialmente hábitos de longa data, o processo pode levar de um a três meses de treinamento consistente. Filhotes tendem a responder mais rapidamente às intervenções comportamentais, enquanto cães adultos que praticam coprofagia há anos podem precisar de mais tempo e paciência. A chave é a consistência no manejo e treinamento – encare como uma maratona, não uma corrida de velocidade!
Nem sempre! Embora a coprofagia possa indicar problemas de saúde como deficiências nutricionais ou parasitoses, muitas vezes é um comportamento aprendido ou instintivo. Filhotes exploram o mundo com a boca e as mães limpam seus filhotes consumindo suas fezes. Se seu pet não apresenta outros sintomas como perda de peso, vômitos ou diarreia, pode ser apenas um hábito comportamental. De qualquer forma, uma visita ao médico veterinário é sempre recomendada para descartar causas médicas.
Sim, pode ser prejudicial! Consumir fezes, especialmente de outros animais, aumenta significativamente o risco de contrair parasitas intestinais, bactérias patogênicas e até mesmo vírus. Além disso, fezes de animais que tomam medicamentos podem conter resíduos químicos potencialmente tóxicos. O hálito do seu amigo também vai ficar com aquele “perfume” que ninguém merece aguentar durante as lambidas de afeto. Por isso, interromper esse comportamento é importante tanto para a saúde quanto para o convívio social do seu peludo.
Essa é uma dúvida clássica no consultório! Adicionar substâncias picantes como pimenta nas fezes raramente funciona como solução duradoura e pode até irritar o trato digestivo do seu cão. Nossos amigos caninos têm muito menos receptores gustativos para sabores apimentados do que nós humanos. O que parece insuportavelmente picante para você pode ser apenas levemente desagradável para seu cachorro, e a motivação para comer as fezes geralmente supera esse leve desconforto. Métodos comportamentais consistentes e mudanças na dieta tendem a ser muito mais eficazes.
As fezes felinas são o “caviar canino”! Isso acontece porque os gatos são carnívoros estritos com um trato digestivo relativamente curto, o que significa que suas fezes contêm altos níveis de proteínas não digeridas e gorduras que são extremamente atrativas para os cães. É como se as fezes de gato fossem um petisco gourmet no universo dos cachorros. Além disso, a dieta rica em proteínas dos felinos produz fezes com odor e sabor particularmente interessantes para os cães, diferente das fezes caninas que têm menor valor nutricional residual.
Cada caso late de um jeito diferente! O tempo para resolver a coprofagia varia bastante dependendo da causa e da duração do comportamento. Se a causa for médica, o comportamento geralmente diminui dentro de algumas semanas após o início do tratamento adequado. Para causas comportamentais, especialmente hábitos de longa data, o processo pode levar de um a três meses de treinamento consistente. Filhotes tendem a responder mais rapidamente às intervenções comportamentais, enquanto cães adultos que praticam coprofagia há anos podem precisar de mais tempo e paciência. A chave é a consistência no manejo e treinamento – encare como uma maratona, não uma corrida de velocidade!