Catarata em cães: Tudo que você precisa saber para cuidar da visão do seu melhor amigo

catarata em cães
Seu peludo companheiro de aventuras pode enfrentar diversos desafios de saúde ao longo da vida, e a catarata é um dos problemas oculares mais comuns que afetam nossos amigos de quatro patas. Assim como acontece com os humanos, essa condição pode comprometer seriamente a visão do seu cão, alterando sua qualidade de vida e interação com o ambiente.Não deixe que a catarata diminua o brilho nos olhos do seu fiel escudeiro! Continue lendo este guia completo e descubra como identificar os primeiros sinais, entender as opções de tratamento e proporcionar o melhor cuidado para o seu cão. Afinal, nossos peludos merecem enxergar todas as guloseimas e bolinhas que a vida tem a oferecer!

O que é catarata canina e como ela afeta a visão do seu pet

A catarata canina é caracterizada pela opacidade (turvação) da lente natural do olho do cão, também conhecida como cristalino, que em condições normais deveria ser completamente transparente para permitir a passagem adequada da luz até a retina, possibilitando a formação de imagens nítidas.

Entendendo a anatomia do olho canino

O olho do cachorro funciona como uma sofisticada câmera fotográfica, onde a córnea (a parte frontal transparente) atua como a lente externa, permitindo a entrada inicial da luz. Logo atrás da córnea, encontra-se a íris colorida (a parte que dá cor aos olhos) e a pupila (o círculo preto central), que controla a quantidade de luz que entra no olho.O cristalino fica posicionado logo atrás da íris e tem como função principal focar a luz na retina, localizada no fundo do olho. Esta estrutura funciona como o “filme da câmera”, capturando as imagens e enviando-as para o cérebro através do nervo óptico. Quando o cristalino perde sua transparência natural devido à catarata, a luz não consegue atravessá-lo adequadamente, comprometendo todo esse delicado sistema visual.

Como a catarata compromete a visão

Quando a catarata se desenvolve, o cristalino torna-se progressivamente opaco, bloqueando ou distorcendo a passagem da luz e prejudicando a formação de imagens claras na retina. Isso afeta a visão do cão de diversas maneiras, incluindo:
  • Diminuição da acuidade visual, dificultando a percepção de detalhes;
  • Sensibilidade aumentada à luz, causando desconforto em ambientes muito iluminados;
  • Dificuldade para enxergar em condições de pouca luz;
  • Alteração na percepção de profundidade, aumentando o risco de acidentes; 
  • Em casos avançados, cegueira completa no olho afetado.

Diferença entre catarata e esclerose lenticular

Muitos tutores confundem a catarata com a esclerose lenticular, uma condição relacionada ao envelhecimento que também causa aparência nublada nos olhos, porém com consequências muito diferentes para a visão do pet.
CaracterísticaCatarataEsclerose Lenticular
AparênciaBranca, leitosa ou opacaAzulada ou acinzentada
Idade típicaQualquer idade, dependendo da causaGeralmente cães acima de 7 anos
ProgressãoPode progredir até cegueira totalGeralmente estável, não evolui para cegueira
Impacto na visãoCompromete significativamenteAfeta minimamente a visão
Necessidade de cirurgiaFrequentemente indicadaNão necessária
Causa dorNão diretamente, mas pode levar a complicações dolorosasNão

Estágios da catarata em cães

A catarata em cães se desenvolve em estágios progressivos, e entender em qual fase a condição se encontra é fundamental para determinar o melhor curso de tratamento e as expectativas quanto à visão do seu peludo companheiro.

Catarata incipiente: os primeiros sinais

Na fase inicial, também chamada de catarata incipiente, apenas uma pequena parte do cristalino é afetada pela opacidade, geralmente menos de 15% de sua superfície. Neste estágio, a catarata aparece como pequenos pontos ou linhas dentro do cristalino, semelhantes a pequenas rachaduras ou bolhas.Apesar dessas alterações, a visão do seu cão raramente é afetada nesta fase, e muitos tutores nem mesmo percebem que o problema está começando a se desenvolver. É comum que somente seja detectada durante um exame oftalmológico de rotina, ressaltando a importância das visitas regulares ao veterinário, mesmo quando seu amiguinho parece estar com os olhos em perfeito estado.

Catarata imatura: quando a visão começa a falhar

Na fase de catarata imatura, a opacidade se espalha e atinge entre 15% e 99% do cristalino. Neste estágio, a visão do cão começa a ser notavelmente afetada, e os tutores podem observar mudanças significativas no comportamento do pet, incluindo:
  • Hesitação ao subir ou descer escadas ou enfrentar obstáculos;
  • Dificuldade para encontrar brinquedos ou petiscos, mesmo quando estão próximos;
  • Esbarrar em móveis ou outros objetos, especialmente após mudanças na disposição da casa;
  • Sobressaltos quando alguém se aproxima do lado afetado; 
  • Comportamento mais cauteloso em ambientes desconhecidos.

Catarata madura: comprometimento visual significativo

Quando a catarata atinge o estágio maduro, 100% do cristalino está comprometido pela opacidade, que agora aparece como uma mancha branca ou leitosa bem visível através da pupila. A lente se torna completamente opaca, bloqueando a passagem da luz e impedindo a visualização do fundo do olho pelo veterinário durante o exame.Este estágio representa um grave comprometimento da visão, e seu cão provavelmente estará cego ou quase cego no olho afetado. Se ambos os olhos desenvolverem catarata madura, o pet dependerá muito mais de outros sentidos, como olfato e audição, para navegar pelo ambiente. É comum que o veterinário oftalmologista recomende intervenção cirúrgica nesta fase, especialmente se o cão for saudável e tiver boa expectativa de vida.

Catarata hipermadura: riscos e complicações

A catarata hipermadura representa o estágio mais avançado da condição, onde o cristalino começa a se degradar e diminuir de tamanho, resultando em uma cápsula enrugada. Este estágio traz sérios riscos à saúde ocular, incluindo:
  • Uveíte induzida pelo cristalino, uma inflamação dolorosa dentro do olho;
  • Desenvolvimento de glaucoma, uma condição de pressão ocular elevada que pode ser extremamente dolorosa;
  • Luxação do cristalino, quando a lente se desloca de sua posição normal;
  • Descolamento de retina, uma emergência oftalmológica grave; 
  • Degeneração ocular progressiva, que pode levar à necessidade de remoção do olho em casos graves.

Principais causas da catarata canina

A catarata em cães pode surgir por diversos motivos, sendo importante identificar a causa subjacente para determinar o prognóstico e as opções de tratamento mais adequadas para o seu peludo.

Predisposição genética e raças mais afetadas

A causa mais comum de catarata em cães é a predisposição genética, com algumas raças apresentando maior tendência a desenvolver este problema ocular. Cocker Spaniels Americanos, Labradores Retrievers, Poodles, Boston Terriers, Schnauzers Miniatura, Pastores Alemães e Huskies Siberianos estão entre as raças com maior incidência desta condição hereditária.

Diabetes mellitus e sua relação com a catarata

Cães diabéticos têm alto risco de desenvolver cataratas, com aproximadamente 75-80% dos pets diagnosticados com diabetes apresentando esta complicação ocular dentro do primeiro ano após o diagnóstico. Isso ocorre porque o excesso de glicose no sangue é convertido em sorbitol dentro do cristalino, atraindo água para esta estrutura e causando inchaço e opacidade.

Trauma ocular e lesões

Lesões traumáticas no olho, como perfurações, contusões graves ou choques elétricos, podem danificar o cristalino e desencadear a formação de cataratas. Estes casos geralmente afetam apenas um olho e podem progredir rapidamente, dependendo da gravidade do trauma inicial.

Idade avançada e mudanças degenerativas

Assim como nos humanos, cães idosos (geralmente acima de 8 anos) podem desenvolver cataratas como parte do processo natural de envelhecimento. Estas cataratas senis resultam de alterações degenerativas nas proteínas que compõem o cristalino, tornando-o progressivamente mais opaco com o passar dos anos.

Outras causas menos comuns

Além das causas mais frequentes, existem outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de cataratas em cães, incluindo:
  • Uveíte crônica (inflamação intra ocular persistente);
  • Hipocalcemia (níveis baixos de cálcio no sangue);
  • Exposição prolongada à radiação ultravioleta;
  • Deficiências nutricionais severas, especialmente em filhotes; 
  • Reações a certos medicamentos ou toxinas ambientais.

Sinais de alerta: como identificar a catarata no seu cão

Identificar os sinais precoces de catarata pode fazer toda a diferença no prognóstico visual do seu cão, permitindo intervenção antes que a condição progrida para estágios mais avançados e comprometedores.

Alterações visíveis no olho

O sinal mais evidente de catarata é a mudança na aparência do olho do seu pet. Inicialmente, pode aparecer como uma pequena mancha ou névoa esbranquiçada dentro da pupila, que normalmente é preta.À medida que a condição progride, essa opacidade torna-se mais densa e extensa, podendo dar ao olho uma aparência leitosa ou esbranquiçada. Em certos ângulos ou sob determinadas luzes, você pode notar um efeito cristalino e brilhante, semelhante a pequenos cristais no interior do olho. Esta aparência é diferente do reflexo azulado normal que se observa em certos ângulos ou do brilho esverdeado que aparece em fotos com flash.

Mudanças no comportamento do seu pet

Antes mesmo de notarem alterações visíveis nos olhos, muitos tutores percebem mudanças sutis no comportamento do cão que podem indicar problemas de visão associados à catarata. Seu amigo peludo pode demonstrar hesitação ao entrar em áreas escuras, dificuldade para pegar brinquedos arremessados ou começar a tropeçar em objetos familiares, especialmente em condições de pouca luz.

Sinais de desconforto ou dor ocular

Embora a catarata em si não cause dor diretamente, as complicações associadas podem gerar desconforto significativo. Fique atento se seu cão começar a esfregar o rosto no chão ou nos móveis, piscar excessivamente ou manter o olho parcialmente fechado.Vermelhidão ocular, aumento do lacrimejamento ou uma postura defensiva quando você tenta tocar perto dos olhos são sinais preocupantes que podem indicar inflamação intraocular (uveíte) secundária à catarata, uma condição potencialmente dolorosa que requer atenção veterinária imediata.

Quando procurar ajuda veterinária

Se você notar qualquer alteração na aparência dos olhos do seu cão ou mudanças em seu comportamento que sugiram problemas de visão, não hesite em buscar avaliação veterinária. Sinais de emergência que exigem atendimento imediato incluem olho vermelho e dolorido, aumento do tamanho do globo ocular, opacidade súbita ou pupilas de tamanhos diferentes.

Diagnóstico da catarata canina

O diagnóstico preciso da catarata em cães requer avaliação por um médico veterinário, preferencialmente um especialista em oftalmologia veterinária, que possui equipamentos específicos e treinamento para distinguir a catarata de outras condições oculares semelhantes.

Avaliação clínica e exame oftalmológico

Durante a consulta, o veterinário realizará um exame oftalmológico completo, utilizando um instrumento chamado oftalmoscópio para examinar as estruturas internas do olho. Um exame com lâmpada de fenda também pode ser realizado para observar o cristalino em maior detalhe, permitindo avaliar a extensão da opacidade e determinar o estágio da catarata.

Testes diagnósticos específicos

Além do exame básico, outros testes podem ser necessários para avaliar a saúde geral do olho e identificar possíveis complicações. Estes incluem o teste de Schirmer para medir a produção de lágrimas, tonometria para verificar a pressão intraocular, e corantes fluorescentes para detectar úlceras ou abrasões na córnea que possam complicar o tratamento.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce da catarata é fundamental para maximizar as chances de sucesso do tratamento e prevenir complicações dolorosas como uveíte e glaucoma. Consultas oftalmológicas regulares são especialmente importantes para cães de raças predispostas a problemas hereditários e para pets diabéticos, que têm maior risco de desenvolver cataratas rapidamente progressivas.

Tratamento cirúrgico da catarata em cães

Atualmente, o único tratamento eficaz para restaurar a visão em casos de catarata é a intervenção cirúrgica. Não existem colírios ou medicamentos que possam reverter a opacidade do cristalino, embora alguns tratamentos possam ajudar a retardar a progressão em casos específicos.

Facoemulsificação: entendendo a técnica

A facoemulsificação é a técnica cirúrgica moderna utilizada para tratar cataratas em cães, similar ao procedimento realizado em humanos. Este método envolve a utilização de um equipamento de ultrassom especializado que fragmenta o cristalino opaco em pequenas partículas que são então aspiradas do olho.Após a remoção do cristalino afetado, o cirurgião oftalmológico veterinário geralmente implanta uma lente intraocular artificial (LIO) para substituir o cristalino natural e restaurar a capacidade de foco do olho. Sem este implante, o cão conseguirá enxergar, porém ficará hipermétrope (com dificuldade para focar em objetos próximos).

Critérios para a seleção de candidatos à cirurgia

Nem todos os cães com catarata são candidatos adequados à cirurgia. Fatores importantes a serem considerados incluem:
  • Saúde geral do cão e capacidade de tolerar anestesia geral;
  • Estágio da catarata e tempo de desenvolvimento;
  • Saúde da retina e outras estruturas oculares;
  • Presença de complicações como uveíte ou glaucoma; 
  • Idade do animal e expectativa de vida.

Preparo pré-operatório

Antes da cirurgia, o cão passará por uma avaliação pré-operatória completa, incluindo exames de sangue, eletrocardiograma e, em alguns casos, ultrassom ocular e eletrorretinograma para confirmar que a retina está funcionando adequadamente. Medicamentos anti-inflamatórios são frequentemente prescritos nas semanas anteriores à cirurgia para controlar qualquer inflamação existente.

O procedimento cirúrgico

A cirurgia de catarata é realizada sob anestesia geral e envolve várias etapas cuidadosamente executadas pelo oftalmologista veterinário:
  • Pequenas incisões são feitas na córnea para acessar o cristalino;
  • A cápsula anterior do cristalino é aberta com precisão;
  • O equipamento de facoemulsificação fragmenta e remove o material opaco do cristalino;
  • Se possível, uma lente intraocular artificial é implantada na cápsula remanescente; 
  • As incisões são fechadas com suturas microscópicas.

Cuidados pós-operatórios e recuperação

O período pós-operatório é crucial para o sucesso da cirurgia. Seu cão provavelmente passará de um a dois dias no hospital veterinário para monitoramento inicial, e depois precisará de cuidados intensivos em casa, incluindo administração frequente de colírios anti-inflamatórios e antibióticos.O uso constante do colar elisabetano (o famoso “cone da vergonha”) é obrigatório durante várias semanas para prevenir que o cão esfregue ou traumatize os olhos. Atividades físicas intensas devem ser restritas, e visitas de acompanhamento ao veterinário são necessárias para monitorar a cicatrização e ajustar a medicação. A taxa de sucesso da cirurgia é alta (80-90%) quando realizada por especialistas em oftalmologia veterinária.

Manejo de cães com catarata sem cirurgia

Quando a cirurgia não é uma opção viável – seja por restrições financeiras, condição de saúde do pet ou escolha do tutor – existem estratégias para manejar a condição e garantir qualidade de vida para cães com deficiência visual causada por cataratas.

Tratamentos medicamentosos para controle da inflamação

Embora não exista tratamento médico que resolva a catarata, medicamentos tópicos e orais são essenciais para controlar a inflamação intraocular secundária. Colírios contendo corticosteroides ou anti-inflamatórios não esteroidais podem ser prescritos para reduzir a uveíte induzida pela catarata.O controle adequado da inflamação é crucial mesmo quando a cirurgia não é uma opção, pois a uveíte crônica não tratada pode levar a complicações dolorosas como sinéquias (aderências dentro do olho), glaucoma secundário e até mesmo a necessidade de remoção do olho em casos graves. Sempre siga rigorosamente as recomendações do veterinário quanto à frequência e duração do tratamento medicamentoso.

Prevenção de glaucoma e outras complicações

O glaucoma é uma das complicações mais sérias e dolorosas associadas à catarata não tratada, resultando de inflamação crônica e alterações no sistema de drenagem do fluido intraocular. Para cães com cataratas maduras ou hiper maduras que não passaram por cirurgia, o monitoramento regular da pressão intraocular é fundamental.Seu veterinário pode recomendar medicações específicas para reduzir a produção de fluido ocular ou melhorar sua drenagem, prevenindo o desenvolvimento de pressão elevada. Em casos onde o controle medicamentoso do glaucoma falha, procedimentos paliativos como ciclofotocoagulação a laser podem ser considerados para aliviar a dor e preservar o globo ocular.

Adaptações para melhorar a qualidade de vida do cão com deficiência visual

Cães têm uma capacidade de adaptação à perda visual gradual, compensando com outros sentidos como olfato e audição. Você pode facilitar esta adaptação mantendo a disposição dos móveis consistente, evitando realizar mudanças frequentes no ambiente doméstico.Utilize pistas olfativas e sonoras para ajudar seu amigo peludo a navegar pelo ambiente. Brinquedos com sons ou aromas distintivos podem proporcionar enriquecimento sensorial importante. Cercamentos ou barreiras protetoras em torno de piscinas, escadas e outros perigos potenciais são recomendados para prevenir acidentes. Com paciência e algumas adaptações simples, cães com deficiência visual podem levar vidas felizes e ativas.

Monitoramento contínuo e acompanhamento veterinário

Mesmo quando não há planos para intervenção cirúrgica, consultas regulares com o veterinário oftalmologista são essenciais para monitorar a progressão da catarata e identificar precocemente quaisquer complicações. O veterinário pode recomendar visitas a cada 3-6 meses para avaliar a pressão intraocular e o nível de inflamação, ajustando o tratamento medicamentoso conforme necessário.

A catarata tem cura ou tratamento sem cirurgia?

Infelizmente, não existe cura ou tratamento que reverta a catarata sem cirurgia. Atualmente, a facoemulsificação (cirurgia para remover o cristalino opaco) é o único método eficaz para restaurar a visão. Para cães que não podem passar por cirurgia, o foco do tratamento é controlar a inflamação com colírios anti-inflamatórios e medicamentos para prevenir complicações como glaucoma. Alguns inibidores da enzima aldose redutase podem retardar a progressão em cataratas diabéticas, mas são caros e exigem aplicação constante a cada 8-12 horas.

Muitos tutores confundem catarata com esclerose lenticular, uma condição normal do envelhecimento. A catarata apresenta aparência branca ou leitosa no olho, pode ocorrer em qualquer idade e compromete significativamente a visão. Já a esclerose lenticular tem aparência azulada ou acinzentada, ocorre geralmente em cães acima de 7 anos, é estável (não progride para cegueira) e afeta minimamente a visão. Se notar qualquer alteração nos olhos do seu pet, consulte um veterinário para diagnóstico preciso – ele usará equipamentos específicos como o oftalmoscópio para diferenciar as condições.

A catarata em cães progride em quatro estágios. Na catarata incipiente (inicial), menos de 15% do cristalino é afetado e geralmente não compromete a visão. Na catarata imatura, a opacidade atinge entre 15% e 99% do cristalino, causando dificuldades visuais como tropeçar em objetos ou não encontrar brinquedos próximos. A catarata madura afeta 100% do cristalino, resultando em cegueira no olho afetado. Já a catarata hipermadura é o estágio mais avançado, quando o cristalino começa a se degradar, podendo causar uveíte, glaucoma e outras complicações dolorosas. A preocupação deve existir em qualquer estágio, mas a intervenção é mais urgente nos estágios avançados.

Algumas raças apresentam predisposição genética para cataratas hereditárias. Entre as mais suscetíveis estão: Cocker Spaniels Americanos, Labradores Retrievers, Poodles, Boston Terriers, Schnauzers Miniatura, Pastores Alemães e Huskies Siberianos. Cães dessas raças merecem atenção especial com exames oftalmológicos preventivos regulares. Vale lembrar que, independentemente da raça, cães diabéticos têm alto risco de desenvolver catarata, com aproximadamente 75-80% dos pets diagnosticados com diabetes apresentando esta complicação ocular dentro do primeiro ano após o diagnóstico.

O custo total para tratamento cirúrgico de catarata em cães varia consideravelmente, mas podemos estimar: consulta inicial com oftalmologista (R$200-300), exames pré-operatórios como eletrorretinograma e ultrassom ocular (R$1.000-1.200), e a cirurgia propriamente dita para ambos os olhos (R$2.700-4.000), totalizando aproximadamente R$3.500 em média. Esse valor geralmente inclui hospitalização, anestesia, medicamentos pós-operatórios e consulta de acompanhamento. A boa notícia é que a taxa de sucesso é alta, entre 80-90%, quando realizada por especialistas em oftalmologia veterinária e com cuidados pós-operatórios adequados.

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