Índice:
Diferença entre troca natural e alopecia canina
A troca natural de pelos acontece como um processo fisiológico normal, onde os folículos pilosos passam por ciclos de crescimento, repouso e queda controlada. Já a alopecia é uma condição patológica caracterizada por perda excessiva ou anormal de pelos, que pode resultar em áreas calvas visíveis ou adelgaçamento significativo da pelagem, geralmente acompanhada de outros sintomas dermatológicos.Ciclo normal de crescimento dos pelos
O ciclo piloso canino divide-se em três fases distintas: anágena (crescimento ativo), catágena (transição) e telógena (repouso e queda). Durante a fase anágena, que pode durar de 4 a 10 meses dependendo da raça, o pelo cresce ativamente a partir do folículo, recebendo nutrientes através da papila dérmica.A fase telógena é quando acontece a famosa “faxina natural” da pelagem, especialmente durante as mudanças sazonais de primavera e outono. Cães de pelagem dupla podem perder quantidades impressionantes de subpelo durante esses períodos, transformando a casa numa verdadeira nevada canina que deixaria qualquer Husky Siberiano orgulhoso.Quando a queda vira motivo de preocupação
A linha entre normal e patológico cruza quando aparecem áreas completamente calvas, coceira intensa, vermelhidão, descamação ou quando a queda se torna uniforme por todo o corpo fora dos períodos sazonais típicos. Se o seu cão está se coçando como se tivesse pulgas invisíveis ou perdendo pelos em padrões estranhos, é hora de investigar mais a fundo com ajuda profissional.Raças de pelagem dupla e suas particularidades
Raças como Golden Retriever, Border Collie, Pastor Alemão e Spitz possuem uma arquitetura capilar mais complexa, com pelos primários longos e subpelo denso e lanoso. Essa combinação oferece proteção térmica excepcional, mas também significa que a manutenção requer cuidados especiais e a troca sazonal pode ser mais intensa.O subpelo dessas raças funciona como um isolante térmico natural, similar ao sistema de um edredom de ganso, mantendo a temperatura corporal estável. Durante os períodos de muda, especialmente na primavera, esses cães podem perder tanto pelo que seria possível fazer outro cachorro do mesmo tamanho apenas com os fiapos coletados.Raças com pelagem dupla mais comum:- Husky Siberiano e Malamute do Alasca;
- Golden Retriever e Labrador Retriever;
- Pastor Alemão e Pastor Belga;
- Chow Chow e Spitz Alemão;
- Corgi Pembroke e Cardigan;
- Shiba Inu e Akita.
Principais causas da queda excessiva de pelos
A alopecia canina resulta de múltiplos fatores que podem atuar isoladamente ou em combinação, desde infecções oportunistas até desequilíbrios hormonais complexos. Identificar a causa raiz é fundamental para estabelecer um protocolo terapêutico eficaz, já que tratar apenas os sintomas superficiais seria como colocar band-aid em problema estrutural.Infecções bacterianas e fúngicas
As infecções bacterianas secundárias frequentemente se desenvolvem quando a barreira cutânea fica comprometida por coceira excessiva ou trauma local. Staphylococcus pseudintermedius é o vilão mais comum, aproveitando-se de pequenas lesões para estabelecer colônias que causam pioderma superficial ou profundo, resultando em alopecia focal com crostas e pústulas características.Fungos como Microsporum canis e Trichophyton mentagrophytes causam a famosa “tinha” ou dermatofitose, criando lesões circulares com bordas bem definidas e centro descamativo. Esses organismos são particularmente espertos, conseguindo digerir a queratina dos pelos e criar um ambiente perfeito para sua proliferação, enquanto deixam o hospedeiro com aquela aparência de “donut pelado” característica.Parasitas externos que causam coceira
Ácaros, pulgas, carrapatos e piolhos transformam a pele do cão num verdadeiro campo de batalha microscópico, onde cada picada desencadeia uma cascata inflamatória que culmina em coceira intensa e trauma autoinfligido. A saliva desses parasitas contém proteínas alergênicas que sensibilizam o sistema imunológico, criando um ciclo vicioso de coceira-lesão-infecção secundária.Pulgas e dermatite alérgica
A dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP) representa uma das alergias mais comuns em cães, onde uma única picada pode desencadear semanas de sofrimento em animais sensibilizados. As pulgas adultas passam apenas 5% do tempo no hospedeiro, deixando ovos e larvas espalhados pelo ambiente, criando um exército invisível pronto para atacar.O ciclo de vida da pulga em condições ideais de temperatura e umidade pode se completar em apenas 14 dias, explicando por que uma infestação pode explodir aparentemente do nada. A região lombossacra, base da cauda e face interna das coxas são os alvos preferenciais, onde a alopecia aparece em padrão característico que qualquer veterinário reconhece à distância.Carrapatos e ácaros da sarna
Carrapatos não apenas removem sangue como pequenos vampiros peludos, mas também introduzem saliva anticoagulante que pode causar reações locais intensas e transmitir doenças graves como erliquiose e babesiose. A remoção inadequada, deixando partes do aparelho bucal na pele, frequentemente resulta em granulomas inflamatórios e alopecia focal persistente.Os ácaros Sarcoptes scabiei escavam túneis microscópicos na epiderme, causando uma coceira tão intensa que os cães podem se mutilar tentando encontrar alívio. Demodex canis, por outro lado, vive naturalmente nos folículos pilosos, mas pode proliferar descontroladamente em animais imunossuprimidos, causando alopecia que começa focal e pode se generalizar rapidamente.Alergias alimentares e ambientais
A hipersensibilidade alimentar desenvolve-se quando o sistema imunológico identifica erroneamente proteínas dietéticas comuns como ameaças, desencadeando respostas inflamatórias que se manifestam na pele. Proteínas de frango, boi, soja e trigo estão entre os alérgenos mais frequentes, criando um quebra-cabeça dietético que requer eliminação sistemática para identificação.A dermatite atópica ou alergia ambiental transforma pólens, ácaros domésticos, fungos e até mesmo fibras têxteis em gatilhos para crises de coceira e inflamação cutânea. Essa condição tipicamente se manifesta entre 6 meses e 3 anos de idade, com padrão sazonal característico que piora durante primavera e verão, quando a concentração de alérgenos ambientais atinge picos máximos.Distúrbios hormonais em cães
O sistema endócrino age como maestro de uma orquestra complexa, onde qualquer desafinação hormonal repercute diretamente na qualidade e crescimento da pelagem. Hormônios como cortisol, tiroxina, estrogênio e testosterona influenciam diretamente o ciclo piloso, e seus desequilíbrios criam padrões característicos de alopecia que experientes conseguem diagnosticar apenas observando.As endocrinopatias frequentemente causam alopecia bilateral simétrica, especialmente em flancos e tronco, poupando extremidades de forma característica. Esse padrão geométrico quase perfeito contrasta com a aleatoriedade das infecções ou parasitoses, fornecendo pistas valiosas sobre a origem hormonal do problema antes mesmo dos exames laboratoriais.Síndrome de Cushing
O hiperadrenocorticismo ou síndrome de Cushing resulta da produção excessiva de cortisol, seja por tumores pituitários, adrenais ou uso prolongado de corticosteroides. O excesso de cortisol suprime o crescimento piloso, enfraquece a pele e predispõe a infecções secundárias, criando um quadro de alopecia progressiva acompanhada de sede excessiva, apetite voraz e aquela barriga pendular característica.Hipotireoidismo canino
A deficiência de hormônios tireoidianos desacelera o metabolismo geral, incluindo o ciclo de crescimento piloso, resultando em pelagem opaca, quebradiça e rarefeita. Raças como Golden Retriever, Doberman e Cocker Spaniel mostram predisposição genética, desenvolvendo alopecia simétrica que tipicamente começa nas áreas de maior atrito, como colar e peito.Fatores genéticos e predisposição racial
Algumas raças carregam genes que predispõem a alopecias específicas, como a alopecia X dos Spitz (síndrome da pelagem preta) ou a alopecia padrão dos Dachshunds e Whippets. Essas condições hereditárias tipicamente se manifestam após a maturidade sexual, criando padrões de perda pilosa que seguem distribuições anatômicas previsíveis.Raças com maior predisposição genética à alopecia:- Doberman (alopecia por diluição de cor);
- Dachshund (alopecia padrão);
- Greyhound e Whippet (alopecia postural);
- Spitz Alemão (alopecia X);
- Bulldog Francês (alopecia sazonal dos flancos);
- Schnauzer (síndrome da comedão).
Estresse e ansiedade canina
O estresse crônico eleva os níveis de cortisol endógeno, criando um estado de hiperadrenocorticismo funcional que compromete a integridade da barreira cutânea e suprime o crescimento piloso. Mudanças na rotina, separação dos tutores, barulhos intensos ou hierarquia social instável podem desencadear comportamentos compulsivos de lambedura e mordiscamento.A dermatite acral por lambedura representa a manifestação mais visível do estresse canino, onde o animal desenvolve uma obsessão por lamber sempre o mesmo local, geralmente carpos ou metacarpos. O trauma mecânico repetitivo destrói os folículos pilosos e cria lesões ulceradas que se perpetuam pelo ciclo vicioso coceira-lambedura-irritação-coceira, transformando um problema comportamental em desafio dermatológico complexo.Sintomas que acompanham a alopecia
A alopecia raramente aparece isolada, sendo geralmente acompanhada por uma constelação de sinais dermatológicos que fornecem pistas valiosas sobre a etiologia subjacente. Observar atentamente essas manifestações associadas permite distinguir entre diferentes causas e orientar adequadamente a investigação diagnóstica.Sinais visuais na pele exposta
A pele exposta pela perda pilosa revela características específicas que variam conforme a causa subjacente, desde simples eritema até alterações pigmentares complexas. A textura, cor, espessura e presença de lesões secundárias contam uma história dermatológica que veterinários experientes conseguem interpretar como verdadeiros detetives médicos.Principais alterações cutâneas observadas:- Eritema (vermelhidão) e edema local;
- Hiperpigmentação ou despigmentação;
- Espessamento (liquenificação) da pele;
- Descamação e crostas superficiais;
- Pústulas, pápulas ou nódulos;
- Ulcerações e erosões.
Comportamentos que indicam desconforto
Cães com alopecia pruriginosa desenvolvem repertório comportamental característico que inclui coçar, lamber, morder, esfregar e rolar compulsivamente nas áreas afetadas. A intensidade e frequência desses comportamentos frequentemente correlacionam-se com a severidade do processo inflamatório subjacente, criando um ciclo de trauma autoinfligido que perpetua as lesões.O padrão temporal dos sintomas oferece pistas diagnósticas importantes: coceira noturna sugere ácaros sarcópticos, enquanto sintomas sazonais apontam para alergias ambientais. Alguns cães desenvolvem comportamentos antecipatórios, começando a se coçar apenas ao ver o tutor se aproximar com medicamentos, demonstrando como o desconforto físico pode criar associações psicológicas complexas.Alterações no padrão da queda
A distribuição anatômica da alopecia fornece pistas diagnósticas cruciais: alopecia simétrica bilateral sugere causas hormonais, enquanto lesões focais aleatórias apontam para infecções ou parasitoses. A progressão temporal também importa, com alopecias agudas indicando processos inflamatórios ativos e perdas graduais sugerindo causas metabólicas ou nutricionais.Certas localizações têm significado específico: alopecia periocular pode indicar demodicose, perda pilosa em orelhas sugere dermatite atópica, e calvície na base da cauda aponta fortemente para alergia à pulga. Observar esses padrões permite que tutores atentos forneçam informações valiosas durante a consulta veterinária, acelerando o processo diagnóstico.Diagnóstico veterinário da queda de pelos
O diagnóstico preciso da alopecia canina requer abordagem sistemática que combina anamnese detalhada, exame físico minucioso e testes diagnósticos específicos. Como detetive médico, o veterinário coleta pistas através de múltiplas ferramentas para desvendar o mistério por trás da perda pilosa, estabelecendo diagnóstico diferencial que guiará o tratamento adequado.Exame físico detalhado
Durante o exame físico, o veterinário mapeia cuidadosamente a distribuição da alopecia, documenta lesões secundárias e avalia a condição geral da pelagem e pele. A palpação revela espessamento cutâneo, nódulos ou áreas de sensibilidade aumentada, enquanto a inspeção com lupa dermatológica pode identificar parasitas, descamação ou alterações foliculares microscópicas.Testes laboratoriais necessários
A bateria de exames complementares varia conforme os achados clínicos iniciais, iniciando sempre pelos testes menos invasivos e progredindo conforme a necessidade. A escolha adequada dos exames evita custos desnecessários e minimiza o estresse do paciente, enquanto maximiza as chances de obter diagnóstico definitivo rapidamente.Raspado de pele para ácaros
O raspado cutâneo profundo utiliza lâmina de bisturi para coletar material do interior dos folículos pilosos, onde ácaros Demodex residem naturalmente. A técnica requer pressão suficiente para causar sangramento superficial, garantindo que o material coletado inclua as camadas mais profundas onde os parasitas se escondem.Cultura bacteriana e fúngica
A cultura microbiológica permanece padrão-ouro para identificação definitiva de patógenos e determinação de sensibilidade antimicrobiana, especialmente em infecções recorrentes ou resistentes. Fungos dermatófitos podem demorar até 4 semanas para crescer em meio de cultura, exigindo paciência tanto do veterinário quanto do tutor durante o processo diagnóstico.Exames hormonais específicos
A investigação endocrinológica utiliza dosagens hormonais basais e testes de estímulo ou supressão para avaliar o funcionamento de glândulas específicas. O timing da coleta é crucial, especialmente para cortisol, que apresenta variação circadiana natural e pode ser influenciado pelo estresse da consulta veterinária.Principais exames hormonais solicitados:- T4 livre e TSH para avaliação tireoidiana;
- Cortisol basal e teste de supressão com dexametasona;
- Teste de estimulação com ACTH;
- Dosagem de hormônios sexuais quando indicado;
- Perfil bioquímico completo para avaliação geral.
Biópsia em casos complexos
A biópsia cutânea representa o último recurso diagnóstico quando métodos menos invasivos falham em esclarecer a etiologia da alopecia. A análise histopatológica revela alterações microscópicas nos folículos pilosos, derme e epiderme, fornecendo informações detalhadas sobre processos inflamatórios, neoplásicos ou degenerativos em curso.A técnica de biópsia utiliza punch de 6-8mm sob anestesia local, coletando fragmentos representativos das lesões ativas. A escolha do local da biópsia é crítica: lesões muito antigas podem mostrar apenas alterações secundárias, enquanto áreas muito recentes podem não revelar o padrão histológico característico da doença, exigindo experiência clínica para seleção adequada.Tratamentos eficazes para alopecia canina
O sucesso terapêutico na alopecia canina depende fundamentalmente da identificação e correção da causa subjacente, combinada com medidas de suporte que aceleram a recuperação e previnem complicações secundárias. Tratamentos sintomáticos isolados frequentemente resultam em melhora temporária seguida de recidiva, criando frustrações tanto para tutores quanto para profissionais.Medicamentos tópicos e sistêmicos
A escolha entre terapia tópica e sistêmica depende da extensão das lesões, cooperação do paciente e gravidade do quadro clínico. Medicamentos tópicos oferecem ação localizada com menor risco de efeitos sistêmicos, enquanto drogas orais garantem distribuição uniforme e maior comodidade posológica.Categoria | Medicamento | Indicação Principal | Via de Administração |
Anti-inflamatório | Prednisolona | Dermatite atópica aguda | Oral |
Antibiótico | Cefalexina | Pioderma superficial | Oral |
Antifúngico | Itraconazol | Dermatofitose | Oral |
Tópico | Shampoo clorexidina | Infecção bacteriana | Tópica |
Hormonal | Levotiroxina | Hipotireoidismo | Oral |
Shampoos medicamentosos especializados
Os shampoos terapêuticos combinam limpeza suave com princípios ativos específicos, proporcionando ação antimicrobiana, antifúngica ou queratolítica conforme a formulação. A técnica de aplicação é fundamental: o produto deve permanecer em contato com a pele por 10-15 minutos para exercer efeito terapêutico máximo, transformando o banho numa sessão de tratamento ativo.Principais princípios ativos utilizados:- Clorexidina 2-4%: ação bactericida e antifúngica de amplo espectro;
- Cetoconazol 2%: antifúngico específico para dermatófitos e leveduras;
- Ácido salicílico 3%: queratolítico para remoção de descamação excessiva.
Antibióticos e antifúngicos
A antibioticoterapia sistêmica torna-se necessária quando infecções bacterianas secundárias complicam o quadro primário de alopecia, especialmente em casos de pioderma profundo ou celulite. A escolha do antimicrobiano baseia-se idealmente em cultura e antibiograma, embora o tratamento empírico inicial possa utilizar cefalexina ou amoxicilina-clavulanato.Infecções fúngicas sistêmicas ou dermatofitose extensa requerem antifúngicos orais como itraconazol ou terbinafina, com duração de tratamento que pode estender-se por meses até negativação das culturas de controle. O monitoramento hepático é fundamental durante terapias prolongadas, já que esses medicamentos podem causar hepatotoxicidade em animais predispostos.Terapia hormonal quando necessária
O tratamento de endocrinopatias requer reposição ou modulação hormonal específica, com monitoramento regular dos níveis séricos para ajuste posológico adequado. Hipotireoidismo responde bem à suplementação com levotiroxina, com melhora da pelagem visível após 6-12 semanas de tratamento adequado.A síndrome de Cushing apresenta maior complexidade terapêutica, utilizando trilostano ou mitotano para suprimir a produção excessiva de cortisol. Esses medicamentos requerem monitoramento intensivo através de testes de estimulação com ACTH, já que subdosagem resulta em controle inadequado enquanto sobredosagem pode causar hipoadrenocorticismo iatrogênico.Manejo nutricional adequado
A nutrição adequada fornece os blocos construtivos essenciais para síntese de queratina e manutenção da integridade cutânea, incluindo proteínas de alta qualidade, ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, vitaminas do complexo B e minerais como zinco e cobre. Deficiências nutricionais, mesmo sutis, podem manifestar-se como alterações na textura, brilho e densidade da pelagem antes de causar sintomas sistêmicos.Prevenção da queda excessiva de pelos
A prevenção representa a estratégia mais eficaz e econômica para manter a pelagem canina saudável, combinando cuidados básicos de higiene com medidas específicas de controle de fatores de risco conhecidos. Investir em prevenção evita o desenvolvimento de problemas complexos que requerem tratamentos prolongados e custosos.Cuidados básicos com a pelagem
A manutenção regular da pelagem através de escovação adequada e banhos periódicos remove detritos, distribui óleos naturais e permite detecção precoce de alterações cutâneas. A frequência e intensidade dos cuidados deve adaptar-se ao tipo de pelo, estilo de vida e época do ano.Checklist de cuidados essenciais:- Escovação diária para raças de pelo longo;
- Escovação 2-3x por semana para pelos curtos;
- Banho mensal ou conforme necessidade;
- Inspeção semanal da pele durante escovação;
- Limpeza de orelhas quinzenal;
- Corte de unhas regular para evitar trauma por coçadura.
Controle de parasitas durante todo ano
O controle parasitário preventivo utiliza produtos de amplo espectro aplicados regularmente, independentemente da visualização de parasitas adultos. Pulgas e carrapatos podem estar presentes no ambiente mesmo quando não são detectados no animal, especialmente durante condições climáticas favoráveis à reprodução.Produtos modernos combinam eficácia contra múltiplos parasitas com conveniência de aplicação, oferecendo proteção por períodos prolongados através de formulações spot-on, coleiras ou comprimidos orais. A escolha do produto deve considerar o perfil de parasitas local, estilo de vida do animal e preferências do tutor para maximizar a aderência ao protocolo preventivo.Alimentação balanceada para pelo saudável
A qualidade da ração reflete-se diretamente na aparência da pelagem, sendo fundamental escolher alimentos com perfil nutricional adequado à idade, porte e nível de atividade do animal. Rações premium utilizam ingredientes de maior digestibilidade e incluem suplementação específica para saúde cutânea.Nutriente | Função para a Pelagem | Fontes Alimentares |
Proteína | Síntese de queratina | Carne, peixe, ovos |
Ômega-3 | Anti-inflamatório | Óleo de peixe, linhaça |
Ômega-6 | Integridade da barreira cutânea | Óleo de girassol, milho |
Zinco | Cicatrização e crescimento piloso | Carne vermelha, fígado |
Vitamina E | Antioxidante | Óleos vegetais, sementes |
Redução do estresse ambiental
O ambiente físico e emocional influencia diretamente a saúde cutânea através de mecanismos neuroendócrinos complexos que modulam resposta inflamatória e função imunológica. Proporcionar ambiente enriquecido, rotina previsível e socialização adequada reduz significativamente os níveis de cortisol circulante e seus efeitos deletérios sobre a pelagem.Quando procurar ajuda veterinária urgente
Embora a maioria dos casos de alopecia canina evolua gradualmente, permitindo avaliação eletiva, certas situações requerem intervenção veterinária imediata para prevenir complicações graves ou sofrimento desnecessário. Reconhecer esses sinais de alarme pode fazer diferença significativa no prognóstico final.Sinais de alerta que não podem esperar
A presença de sintomas sistêmicos associados à alopecia indica processo patológico mais grave que requer avaliação profissional urgente. Esses sinais sugerem comprometimento da condição geral do animal, exigindo intervenção rápida para estabilização e diagnóstico definitivo.Sinais que exigem atendimento veterinário imediato:- Alopecia aguda generalizada em menos de 48 horas;
- Lesões cutâneas com sangramento ativo ou secreção purulenta;
- Comportamento de automutilação intensa e incontrolável;
- Sinais sistêmicos como letargia, anorexia ou febre;
- Edema facial ou dificuldade respiratória associados.
Casos que requerem tratamento imediato
Reações alérgicas agudas podem progredir rapidamente para anafilaxia, especialmente quando acompanhadas de edema facial, urticária generalizada ou dificuldade respiratória. Esses quadros requerem administração imediata de corticosteroides e anti-histamínicos, podendo necessitar suporte ventilatório em casos severos.Infecções bacterianas profundas ou celulite podem evoluir para septicemia se não tratadas adequadamente, especialmente em animais imunossuprimidos ou diabéticos. O reconhecimento precoce através de sinais como febre, letargia e linfadenomegalia permite intervenção antes que complicações sistêmicas se estabeleçam, melhorando significativamente o prognóstico.
Como tratar queda de pelos em cães em casa?
O tratamento caseiro da alopecia canina deve sempre começar com identificação da causa através de consulta veterinária, já que receitas da vovó podem mascarar problemas sérios ou até piorar o quadro. Uma vez estabelecido o diagnóstico, medidas de suporte incluem banhos com shampoos suaves à base de aveia, escovação regular para remover pelos mortos e manter a área limpa e seca.
Compressas frias podem aliviar coceira localizada, enquanto óleo de coco aplicado em pequenas quantidades ajuda na hidratação cutânea – mas cuidado para não transformar seu peludo numa fritadeira ambulante! O mais importante é seguir rigorosamente as orientações veterinárias e evitar automedicação, que pode transformar um problema simples numa dor de cabeça veterinária complexa.
Por que minha cadela está perdendo muito pelo?
Fêmeas caninas enfrentam flutuações hormonais mais intensas que podem causar alopecia, especialmente durante ciclos reprodutivos, gravidez, lactação ou pseudociese (gravidez psicológica). O estrogênio e progesterona influenciam diretamente o ciclo piloso, podendo causar perda significativa após o cio ou durante a amamentação dos filhotes.
Cadelas não castradas também podem desenvolver tumores mamários ou ovarianos que alteram o perfil hormonal, resultando em alopecia simétrica característica. A castração precoce previne muitos desses problemas hormonais, além de eliminar riscos de piometra e reduzir drasticamente a incidência de neoplasias mamárias – um investimento na saúde e beleza da pelagem!
Meu cão está coçando e perdendo pelo, mas não tem pulgas. O que pode ser?
A ausência de pulgas visíveis não descarta dermatite alérgica, já que esses pequenos vampiros passam a maior parte do tempo no ambiente, não no hospedeiro. Outras causas comuns incluem ácaros microscópicos como Sarcoptes (sarna sarcóptica), que causam coceira intensa sem serem visíveis a olho nu, ou Demodex, que vivem naturalmente nos folículos mas podem proliferar descontroladamente.
Alergias alimentares ou ambientais também provocam coceira sem parasitas visíveis, especialmente reações a pólen, ácaros domésticos, produtos de limpeza ou até mesmo ao tecido da caminha nova que você comprou pensando em agradar. A investigação requer exames específicos como raspado de pele, cultura fúngica ou testes alérgicos para identificar o verdadeiro culpado por trás da coceira infernal.
Que deficiência de vitaminas causa queda de pelo em cães?
Deficiências nutricionais múltiplas podem sabotar a pelagem canina, sendo as mais comuns: zinco (causa dermatite descamativa e alopecia focal), vitamina E (resulta em pelos quebradiços e opacidade), biotina (alopecia generalizada com descamação), vitamina A (alterações na queratinização) e ácidos graxos essenciais (pelagem ressecada e sem brilho).
A deficiência de zinco é particularmente dramática em raças como Husky Siberiano e Malamute do Alasca, que possuem necessidades aumentadas desse mineral. Proteína inadequada também compromete a síntese de queratina, já que os pelos são compostos principalmente por essa proteína. A solução passa por ração de qualidade premium, adequada à idade e porte do animal, evitando a tentação de economizar na alimentação – porque pelo bonito não tem preço!
Por que meu cão está perdendo pelo em manchas redondas?
Lesões circulares com bordas bem definidas são altamente sugestivas de dermatofitose (tinha ou ringworm), infecção fúngica que literalmente “come” a queratina dos pelos, criando aquelas calvícies redondas características que parecem ter sido feitas com compasso. Microsporum canis é o fungo mais comum, especialmente contagioso para outros pets e até humanos da família.
Outras possibilidades incluem infecções bacterianas localizadas (foliculite), reações alérgicas de contato (como aquela caminha nova com produtos químicos irritantes), ou até mesmo trauma por lambedura compulsiva no mesmo local. O diagnóstico definitivo requer cultura fúngica ou exame com lâmpada de Wood, já que nem todos os fungos fluorescem – e tratamento inadequado pode espalhar o problema para toda a família, transformando a casa num festival de coceira coletiva!